José Pedro Croft
Sobre o artista
Porto, Portugal, 1957
Pintor e escultor, José Pedro Croft nasceu em 1957, no Porto, tendo efetuado os estudos na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, terminando o curso de pintura em 1981. Durante este período trabalhou com o escultor João Cutileiro, facto que determinou o seu percurso artístico. A recuperação da escultura em pedra marcou a sua obra na década de 80. O primeiro conjunto de esculturas realizadas por este autor tinham como referência modelos arcaicos, onde predominava o baixo-relevo e a modelação. Seguidamente, tendo como ponto de partida formas simples relacionadas com estruturas arquitetónicas, a obra de Croft desenvolve-se no sentido mais geométrico das formas realizadas com grandes blocos de pedra. Este repertório de formas-tipo da arquitetura (colunas, casas, arcos) é tratado através de processos de sobreposição e fragmentação. No final desta década, o mármore é gradualmente substituído por outros materiais passíveis de modelação, como o gesso, depois passado a bronze e frequentemente pintado de branco, ou o poliuretano.
Esta fase caracteriza-se por um especial interesse pelas questões do equilíbrio e pela relação que a peça escultórica estabelece com o espaço. Nos anos 90, a sua obra acentua as qualidades intrínsecas da escultura como o peso, a densidade, expressas nas dualidades estabilidade/instabilidade e imobilidade/leveza. Nas esculturas desta fase, evocativas de memórias associadas a funcionalidades anteriores dos objetos que nelas integra (mesas, cadeiras e alguidares), é ainda explorada a relação do volume com o espaço e com a luz.
Em meados da década, a incorporação de espelhos introduz uma nova dimensão pelo jogo de duplicação virtual da forma, à qual muitas vezes é associada à desconstrução formal do objeto. Em paralelo com a produção escultórica, tem realizado alguns trabalhos pictóricos, associados à gravura, nos quais está presente a mesma preocupação com a definição de formas primordiais.
Realizou diversas exposições individuais e coletivas, desde 1980. A sua obra encontra-se presente em diversas coleções públicas e privadas, tais como: Banco Central Europeu, Frankfurt; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Centro Galego de Arte Contemporâneo, Santiago de Compostela; Fundação de Serralves, Porto; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundación Caixa Galiza, La Coruña; Fundación La Caixa, Barcelona; MEIAC, Museo Extremenho y Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Ministério da Cultura, Portugal; Museo de Cantábria, Espanha; Museo de Zamora, Espanha; Museo Nacional, Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Sammlung Albertina, Viena; e Colecção Berardo, Lisboa.