Rodrigo Andrade | Criaturas Decorativas e outras gravuras | 20 set - 10 nov 2018

 

Rodrigo Andrade | Criaturas Decorativas e outras gravuras

Um dos grandes pintores da geração neoexpressionista dos anos 80, integrante do histórico grupo Casa 7, Rodrigo Andrade retorna às suas origens e faz uma exposição de gravuras, na Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon, de 20 de setembro a 27 de outubro. A exposição “Rodrigo Andrade – Gravuras 2010 -2018” se organiza em torno de dois eixos principais: as paisagens e as figuras abstratas. As gravuras, em metal, são produzidas com as técnicas de água forte, água tinta, ponta seca e morsura aberta. Para o espectador, ele avisa: espere por intensidade e por uma grande variação de caminhos trilhados nesses 25 trabalhos que serão apresentados.

Rodrigo iniciou sua carreira artística com gravuras em metal, quando tinha entre 15 e 20 anos. Foi nessa época que participou de sua primeira exposição, uma coletiva, que acabou sendo a única de gravuras até hoje. O retorno às gravuras começou a acontecer em 2010, quando Rodrigo fez uma residência artística na Fundação Iberê Camargo e voltou a se entusiasmar com a técnica. Conhecido por sua capacidade de mudar radicalmente o rumo de sua produção, em busca de novos caminhos de pesquisa, a partir daí, Rodrigo revela uma face totalmente diferente da que mostrou na Bienal de São Paulo de 2010, quando expôs paisagens naturalistas feitas a partir de fotografias.

Para a exposição na galeria carioca – depois de mais de 20 anos sem expor no Rio –, Rodrigo leva, por exemplo, uma série produzida em 2015 para a Paragon Contemporary Editions, de Londres (“Mato, Onda e Abstrato”), e outra, que está sendo produzida atualmente, inspirada em arabescos (“Criaturas Decorativas”), dentre outras feitas isoladamente, que incluem tanto paisagens quanto figuras abstratas. Nessa nova fase, o artista usa muita cor, diferentemente de seus trabalhos anteriores.

“Essa série, (produzida principalmente com a técnica da morsura aberta, em que se produz rapidamente o relevo da tinta que eu exploro nas minhas pinturas), surgiu de uma curtição minha com desenhos de arabescos. As figuras, a princípio abstratas, pelas suas formas orgânicas, começaram a se assemelhar com coisas, animais: peixe, morcego, partes do corpo humano. Por isso estou chamando de “Criaturas Decorativas”. E são também um desdobramento da exposição “Duas cavernas”, que fiz ano passado. Da mesma forma, as gravuras estão baseadas na estrutura do par: são sempre quatro elementos que se formam a partir de duas duplas”, retomando assim o que havia nas minhas pinturas abstratas em bloco de cor produzidas entre 1999 e 2009, explica o artista, que acaba de fazer uma retrospectiva de sua obra na Pinacoteca de São Paulo, com a exposição “Rodrigo Andrade: Pintura e Matéria (1983-2014)”.