José Pedro Croft - Fora do sítio | 1º de abril -7 de junho | 2015
A galeria Mul.ti.plo Espaço Arte traz para o Rio de Janeiro um dos mais importantes artistas contemporâneos europeus: o português José Pedro Croft, que inaugura duas exposições simultâneas na cidade – na galeria e no Paço Imperial – com obras de pequeno a grande porte.
No Paço Imperial, com abertura no dia 1º de abril, o artista apresenta, na exposição Fora do sítio, obras de grandes dimensões: esculturas, gravuras e desenhos. A mostra remete para os deslocamentos, desencaixes e descontextualização da obra de arte. As peças, aliás, foram realizadas no Rio de Janeiro no início do ano, quando Croft, também a convite da Mul.ti.plo, trabalhou por 10 dias em um grande ateliê em São Cristóvão produzindo as esculturas e os múltiplos exclusivos.
Antes da abertura das duas mostras, no dia 26 de março, às 20h, no Salão Nobre da EAV do Parque Lage, haverá um encontro entre José Pedro Croft, o crítico e curador do MAM Luiz Camillo Osório e o arquiteto Otávio Leonidio Ribeiro. Na pauta do debate, escultura e arquitetura: a marcação de território e os seus limites, a viagem e as suas metáforas, quando o olhar nômade se fixa e o olhar fixo se movimenta. Também serão discutidos os anos 1980 em Portugal e na Europa, as relações entre referências locais e o mundo da arte.
Atualmente, José Pedro Croft é um dos artistas em maior evidência na Europa: seu trabalho derruba as fronteiras entre suportes, não se encaixa nas tradicionais classificações de estilo e desafia qualquer rótulo. Nascido no Porto em 1957, e hoje residente em Lisboa, nos anos 1980 Croft trabalhou com escultura em pedra, explorando relevos e modelações. A partir daí, tem em seu trabalho uma referência especial à arquitetura, principalmente no que diz respeito à organização do espaço e ao conceito de construção e desconstrução, utilizando resíduos industriais.
Nos anos 1990, incorpora à sua obra peças cotidianas como mesas e cadeiras, criando volumes ordenados e desafiando a estabilidade do objeto. A introdução de espelhos e de fragmentos de objetos foi o passo seguinte para criar uma nova espacialidade na obra de arte. Sua última mostra, em Lisboa, intitulada Objetos imediatos, foi considerada a melhor de 2014 em Portugal: 93 obras entre gravura, desenho e escultura, em dois locais (Fundação Carmona e Costa e a Cordoaria Nacional).
A Mul.tiplo ainda proporciona uma bela oportunidade para os paulistas terem contato com a obra de Croft. O estande da galeria na SPArte, que acontece de 8 a 12 de abril, será com obras do artista português: gravuras, desenhos e um múltiplo (escultura) feito especialmente para a Feira.