Amalia Giacomini

Sobre o artista

São Paulo, 1974

Formada em Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) e mestre pela UFRJ, Amalia Giacomini começa a expor em 2002, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Tão logo conclui a graduação em Arquitetura, a artista paulistana inicia sua pesquisa em artes visuais, tendo como foco questões como a representação do espaço. Muitas vezes, seu trabalho parte da arquitetura ou do espaço expositivo, como em obras da exposição individual Viés, no Paço Imperial (2016), em que a artista usa linhas, correntes ou telas anti-chamas para alterar a percepção espacial do espectador.  

Sobre tal mostra, o curador Felipe Scovino escreve:  “Em diálogo com o minimalismo e o pós-minimalismo, em especial com a obra de Fred Sandback, é especialmente inventivo o fato de como a linha fabrica fronteiras, caminhos, percalços, desvios, rumos, em torno de uma tridimensionalidade tátil. As ideias de não-arquitetura e não-paisagem são retomadas também pelo fato de como o entorno, e não apenas o objeto per si, é parte da obra e definitivamente trazido para ‘dentro’ do espaço expositivo”.

A percepção também é provocada em objetos de parede, como os Estudos da série Memória da Casa. Neles, a artista se vale outra vez das telas anti-chamas para criar volumes virtuais, recortando e sobrepondo o material em camadas.  “Corpo, movimento, arquitetura, física, luz e uma construção virtual do espaço são campos de interesse da artista. Em suas obras, nunca o espaço é percebido como um todo pois ele está sempre em mudança. Duvidamos sobre o que está diante de nós porque sejam telas intercaladas com o espaço, a paisagem ou o próprio vazio, sejam correntes que se colocam como desenhos no espaço criando topografias ou lugares variáveis, o material e as formas criadas por Amalia sempre sugerem um ato contínuo em que olho e imaginação são constantemente solicitados e cruzados”, conclui Scovino no texto da exposição Viés.

Amalia já expôs seu trabalho em diversas instituições do país, como Instituto Tomie Othake (SP), Itau Cultural (SP), Museu da Casa Brasileira (SP), Paço Imperial (RJ), Centro Cultural São Paulo, Centro Universitário Maria Antonia da USP, Galerias da FUNARTE (RJ e DF), Centro Cultural Sérgio Porto (RJ), Museu de Arte Contemporânea do Paraná (Curitiba) e MAC de Niterói (RJ).

Fora do Brasil apresentou em 2009 a exposição Liberér l’horizon reinventér l’espace, na galeria da Cité des Arts em Paris. Em 2012 realizou a exposição individual The Invisible Apparent na Galeria Nacional de Praga. A artista vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Ana Calzavara

Sobre o artista

Campinas, SP 1971

Um olhar compulsivo pela repetição: renque de árvores, linhas geométricas de um caixilho de janela, ladrilhos angulosos no chão, pontos luminosos costurados no tecido da noite, janelas na fachada de um edifício-triângulo, degraus que descem em cascata do alto de uma escadaria. A vocação do repetir é gerar segurança, solidez, estruturas, as condições de reiteração da vida, portanto o tempo circular, eterno, dobrado sobre si mesmo como absoluto imóvel. A vida contemporânea é ela mesma encapsulada na repetição, da biometria aos algoritmos digitais, onde o espaço parametrizado abriga um tempo infinito, amigo, benevolente. Mas Ana Calzavara sequestra a repetição de seu uso corrente e a converte num recurso que leva o espaço ao seu limite oposto, ao seu duplo invertido, à sua dimensão evocativa, ao limiar da sua própria dissolução. Faz enfim do transe imóvel do repetido um princípio de desestabilização, de inquietude, de dispersão irreversível do espaço, portanto do próprio tempo também. Percorrendo um amplo arco de linguagens – pintura, gravura, desenho, fotografia, vídeo – Ana Calzavara convida o observador para “sequências mancas” que mostram que basta provocar pequenas alterações, fazer “pequenos erros sem importância”, trocar a ordem dos elementos na reiteração da vida, para que “algum lugar” se torne “lugar algum”, como as marianas, os brumadinhos e outros brasis. Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (1992), pós-graduada (Pintura) pela Byam Shaw School of Art, Londres (1998), e doutora em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo (2012), vem realizando exposições no Brasil e no exterior, como as individuais na Casa da América Latina, Brasíia, DF (2018); no Museu da Imagem e do Som, São Paulo, SP (2006); na Casa da Dona Yayá, São Paulo, SP (2006) e no Centro Cultural São Paulo, São Paulo, SP (2000). Entre as mostras coletivas, destacam-se 4 artistas paulistas, Instituto Moreira Salles, Poços de Caldas, MG (2019); Xilo: Corpo e Paisagem no SESC Pinheiros, São Paulo, SP (2019); Zureta - International Contemporary Printed Art Exhibition and Symposium, Tóquio, Japão (2018); VIII Premio Arte Laguna, no Arsenale de Veneza, Itália (2014); 8th Biennale internationale d’estampe contemporaine de Trois-Rivière, Canadá (2013); PRINTED, no Pratt Institute, Nova Iorque, EUA (2008); L’art roman vu du Brésil, Anzy-le-Duc, França (2006); National Printing Exhibition, Londres, Reino Unido (1998), entre outras. Suas obras integram coleções como as do Museu do Douro, Portugal; Museu da Universidade de Tókio, Japão; Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS); Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS); Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR); Museu de Arte Contemporânea de Santo André, SP; Universidade de São Paulo (USP) e do Museu Olho Latino, Atibaia, SP.

Ana Holck

Sobre o artista

Rio de Janeiro, 1977

Arquiteta de formação, Ana Holck busca um diálogo entre os espaços arquitetônicos e urbanos e a arte, em busca de novas relações e de uma geometria contemporânea. Utilizando materiais diversos – como vinil adesivo, policarbonato alveolar, tijolos, blocos de concreto, que têm suas funções originais subvertidas pelas artista – Ana cria, principalmente, esculturas e objetos. Desde 2001, vem realizando mostras individuais onde apresenta instalações de grande formato.

Entre suas principais exposições estão “Bastidor”, Centro Cultural Banco do Brasil, “Lugar Algum”, SESC Pinheiros (2010), “Os Amigos da Gravura”, Museu da Chácara do Céu, Rio de Janeiro, “Notas sobre Obras”, Mercedes Viegas Arte Contemporânea e Galeria Virgilio (2006); “Canteiro de Obras”, Paço das Artes (2006); “Elevados”, Paço Imperial (2005); e “Quarteirão”, Centro Universitário Mariantonia (2004).

Participou das coletivas “AGORA” simultâneo instantâneo, no Santander Cultural Porto Alegre (2011), “Trilhas do Desejo”, Rumos Itaú Cultural (2009); “Borderless Generation”, Korea Foundation, Seul (2009); e “Nova Arte Nova”, CCBB (2008).

Recebeu o Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea (2011) e o Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça (2009), entre outros. Possui trabalhos nas coleções Itaú Cultural; MAM São Paulo, MAM Rio de Janeiro (col. Gilberto Chateaubriand); MAC-Niterói e Pinacoteca de São Paulo. Em 2011 participa das coletivas Lost in lace, no Birmingham Museum of Art e Nova Escultura Brasileira na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.

Alfons Borrell

Sobre o artista

Alfons Borrell

Barcelona, Espanha, 1931

Alfons Borrell (Barcelona, 931) é o autor de uma das produções mais importantes da pintura abstrata na Catalunha. Desde os nove anos vive em Sabadell, onde trabalha na relojoaria da família e continua a pintar. Borrell foi professor em sua cidade natal, onde participou ativamente na divulgação da arte: em 1955, juntamente com Joaquim Montserrat, promoveu a criação da Sala d’Art Actual da Acadèmia de Belles Arts de Sabadell, e em 1971 foi um dos promotores do Sala Tres na mesma Academia.

O interesse de Borrell pela pintura conduziu-o aos 19 anos a participar da oficina de Hermen Anglada Camarasa ao completar o serviço militar em Port de Pollença (Maiorca). Voltando a Sabadell fez dois cursos de desenho natural e conheceu a mulher que se tornaria sua esposa, Rosa, com quem teve três filhos. Depois de ir do figurativo ao expressionismo abstrato, Borrell passou a década de sessenta para a pesquisa, uma busca que o levou a simplificar a forma e a cor. No início dos anos setenta, ele trabalhou com a ordem e a simetria, com uma produção com mudanças nos materiais e nas formas de usá-los, substituindo o óleo pela pintura acrílica. A perda de sua esposa, em 1988, levou sua pintura a um radicalismo formal.

Em 1959 exibiu ao lado de Joan Bermudez no Athenaeum de Barcelona, onde apresentou obras plenamente instaladas dentro da linguagem abstrata. Em 1960 se juntou ao grupo Gallot, realizando diversas ações na rua em Sabadell e Barcelona. Meses mais tarde, Pellicer Cirici convidou-o a participar da exposição inaugural do primeiro Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, o topo do cinema Coliseum. Depois de um período de introspecção apresenta uma exposição na Academia de Ballas Artes de Sabadell em 1969, onde também exibe obras em 1970, em 1974 e em 1977. Desde o final dos anos setenta, seu trabalho foi visto no Centro Georges Pompidou em Paris, Galeria Joan Prats de Barcelona, ACBA, Centro Cultural Sala Tecla (L'Hospitalet de Llobregat), Museu d'Art de Sabadell, Fundació Palau de Caldes d’Estrac e importantes eventos na França, Alemanha Estados Unidos e Japão. Coincidindo com a remodelação e renovação de sua sede, o Barcelona Athenaeum encomendou um trabalho permanente para o seu amplo hall de entrada. A Fundação Joan Miró exibiu o trabalho de Alfons Borrell três vezes. Na exposição Pintura 1 (1976) destacou-se como um dos representantes da nova geração de pintores catalães influenciados pela obra de Joan Miró, Antoni Tàpies e Albert Rafols-Casamada. Em 1978, o Espai 10 organizou uma exposição individual de suas pinturas, e em 2000 foi um dos artistas que participaram da edição comemorativa de impressões pelo 25º aniversário da Fundação. Juan Eduardo Cirlot, poeta e crítico de arte; Lluís Maria Riera, diretor artístico do Joan Prats Gallery nos anos setenta; o poeta Joan Brossa, que fez o livro Trasllat (1983); Perejaume; e críticos de arte Maria Lluïsa Borràs, Pilar Parcerisas, Vincente Altaió ou Manuel Guerrero, entre outros, apoiaram o trabalho de Alfons Borrell ao longo dos anos. O Grêmio de Galerias de Arte da Catalunha, a Asociación Art Catalunya e a Asociación Art Barcelona concedeu-lhe o prêmio honorário da VII Noche del Galerismo (2014), em reconhecimento da sua carreira e seu papel fundamental na divulgação da arte.

 

Angelo de Aquino

Sobre o artista

Minas Gerais, 1945

Angelo Rodrigo de Aquino (Belo Horizonte MG 1945 - Rio de Janeiro 2007). Pintor e desenhista. Muda-se para o Rio de Janeiro por volta de 1960. Na década de 1960, inicia formação artística no ateliê de pintor e escultor Roberto Moriconi (1932 - 1993), e convive com artistas Rubens Gerchman (1942 - 2008), Roberto Magalhães (1940) e Antonio Dias (1944). Em 1965, é um dos organizadores do evento Propostas 65, na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, São Paulo. Como ilustrador e escritor, colabora na revista Cadernos Brasileiros. Desde fim dos anos 1960 até a metade da década de 1970, produz obras conceituais, e passa posteriormente à pintura abstrato-geométrica. Em 1970, residindo em Milão, inicia a edição de pequenas publicações de vanguarda. De volta ao Brasil, realiza trabalhos em vídeo e filmes de artista, dos quais é considerado um dos precursores no país. Organiza, com Walter Zanini, a mostra Prospectiva 74, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP. No início dos anos 1980, passa a dedicar-se à pintura figurativa. Em 1984, cria o personagem cão Rex, constantemente retomado em sua produção. Realiza exposição comemorativa dos 10 anos desse personagem, em 1994, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro - CCBB/RJ, intitulada Rez Faz Dez. Em 1997, publica Vida Rex, reeditado em 2004, quando Aquino comemora 40 anos de pintura, com exposição na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro.

 

Angelo Venosa

Sobre o artista

São Paulo, 1954

Suas esculturas do início dos anos 1980 associam indistintamente materiais naturais e produtos industrializados. A partir do início dos anos 1990, o artista utiliza materiais como mármore, cera, chumbo e dentes de animais, realizando obras que lembram estruturas anatômicas, como vértebras e ossos. Suas esculturas e objetos carregam indícios que remetem a eras ancestrais, surpreendendo pela estranheza e pelo caráter inquietante. Angelo Venosa é um dos poucos artistas dedicados à escultura, e não à pintura, egressos da chamada "Geração 80″ no Brasil.

Frequentou a Escola Brasil, em São Paulo, em 1972. Posteriormente, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde estuda na Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI. No início da década de 1980, realiza cursos no ateliê livre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV-Parque Lage, onde estuda pintura com Luiz Aquila (1943). Juntamente com Daniel Senise (1955), Luiz Pizarro (1958) e João Magalhães (1945), integra o Ateliê da Lapa, no período entre 1984 e 1990. Nessa época, passa a realizar suas primeiras obras tridimensionais.

 

Antoni Tàpies

Sobre o artista

Barcelona, 1923

Ponto de referência para a arte contemporânea, caracterizou-se, desde o início, pela ruptura das convenções — utilização de materiais não-pictóricos que antecipavam os futuros motivos informalistas (Capsa de Cordills, 1946) —, pelo domínio técnico e pela originalidade temática, com obras de caráter renovador e surrealista, influenciadas por Klee, Miró e Brossa. Foi um dos membros fundadores e mais destacados do grupo vanguardista Dau al Set (1948), do qual se separou no final de 1952. Alcançou nessa altura a sua maturidade artística, inaugurando uma etapa nova e mais pessoal ligada ao informalismo da matéria, com algumas pinturas que lembram o expressionismo abstrato (Pintura Gris Verdós, 1954). Eliminou todos os elementos figurativos de suas telas e a concepção do espaço pictórico como superfície, como uma segunda parede, como um muro no qual dispõe signos, grafias, manchas, gotejamentos, incisões, lacerações (Gran Òval, 1956) passou a ser sua característica mais marcante. Recorreu à utilização da pasta, de modo a obter matérias densas, rugosas, ásperas, assim como à técnica da raspagem ou da colagem: o resultado eram texturas complexas, com aparência de relevo. Em suas obras, importa a materialidade, não a representação (Tres Marques Negres, 1961). Também é próprio de seu informalismo o aspecto cromático, as cores terrosas, surgindo, em finais da década de 1950, os negros e os cinzentos. Tàpies queria chamar a atenção sobre o negligenciado — a passagem do tempo nas paredes (garatujas, grafites), a pegada, o rastro. A sua obra tem um caráter urbano, que pouco se relaciona com a natureza e muito com a cidade (0 Muro); uma obra rica e complexa e de grande heterogeneidade estilística. Sempre o preocuparam o suporte, os materiais, o processo, assim como a função da arte, a condição do objecto artístico, o cotidiano. Alcançou o êxito da crítica no início dos anos de 1950, quando suas obras começaram também a ser difundidas nos EUA, algo que não havia sucedido até então com nenhum jovem artista espanhol. Quando, em 1958, ganhou o Prêmio de Pintura na Bienal de Veneza, o seu reconhecimento internacional era inquestionável. Na década de 1960, a sua obra apresentou uma nova evolução: Tàpies integrou nos quadros elementos do ambiente cotidiano (Pintura, 1964), que contribuíram para o afastar, no final dos anos de 1960, da estética informalista e para o aproximar do conceptualismo ou da arte povera. Nos anos de 1980, retomou a sua trajetória pictórica mais tradicional, recomeçando no ponto em que a deixara: informalismo da matéria, gosto pelos materiais com qualidades texturais (Ombra i Parèntesi, 1980). Também realizou nos últimos anos incursões na escultura e criou peças com materiais diversos, tratando-os informalmente (Gran Díptic, 1988).

Antonio Dias

Sobre o artista

Campina Grande, 1944

Nos anos 1950, Antonio Dias muda-se da Paraíba para o Rio de Janeiro. É quando desenvolve seus primeiros trabalhos sob orientação de Oswaldo Goeldi.  Antonio Dias esteve presente ativamente nos movimentos de vanguarda dos anos 1960 e 70, e participou de exposições como Opinião 65 e Nova objetividade brasileira; assinou a Declaração dos princípios básicos da vanguarda, ao lado de outros artistas como Hélio Oiticica e Lygia Pape, defendendo a liberdade de criação e o uso de uma nova linguagem, em um momento de tensão política no Brasil. Em 1966, inicia a série The Illustration of Art, trabalho que marca sua carreira e posiciona Dias como um artista que une a poesia concreta e o neoconcretismo de seus antepassados a uma pesquisa conceitual bastante particular. Na década de 1970, além de ganhar a bolsa Guggenheim, o artista viaja ao Nepal, onde aprende técnicas de produção em papel artesanal que são integradas ao seu trabalho. Simultaneamente, mune-se das mais diversas mídias para desenvolver suas obras: os trabalhos de Dias em vídeo, fotografia, escultura, gravura, audioarte, instalação e objetos têm a mesma força poética que as pinturas, sempre presentes e de crucial importância no decorrer de sua trajetória.

O artista ganhou bolsas e prêmios de importantes instituições, e morou em diversos países. Tendo participado de quatro edições da Bienal de São Paulo (16ª, 22ª, 24ª e 29ª), sua obra ainda esteve presente na 1ª Bienal do Mercosul, 12ª Bienal da Turquia, 39ª Bienal de Veneza e na 8ª Bienal de Paris, quando ganhou o prêmio de pintura. Suas obras integram coleções particulares em todo o mundo e coleções públicas como Museum of Modern Art – MoMA (EUA), Daros Foundation (Alemanha), Itaú Cultural, MAC – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre outras. 

Barrão

Sobre o artista

Rio de Janeiro, 1959

Desenhista, pintor, escultor, artista multimídia. Autodidata, inicia sua carreira artística com o Grupo Seis Mãos, 1983-1991, formado com Ricardo Basbaum e Alexandre Dacosta. O grupo desenvolve atividades com vídeo, pinturas ao vivo, shows musicais e performances e promove o projeto Improviso de Pintura e Música, em ruas, praças públicas, faculdades etc. A primeira exposição dos três artistas tem lugar em 1983, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Nesse ano, Barrão participa das mostras Arte na Rua I e Pintura! Pintura!, ambas na mesma cidade. Em 1984, realiza a primeira individual, Televisões, na Galeria Contemporânea, e participa da coletiva Como Vai Você, Geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília, em 1990. Realiza, com Sandra Kogut, os vídeos 7 Horas de Sono e A Geladeira. Faz ainda vinhetas eletrônicas para televisão, trabalhos de cenografia e capas de discos. Cria, em parceria com o artista Luiz Zerbini, o editor de vídeo e cinema Sérgio Mekler e o produtor musical Chico Neves, o grupo Chelpa Ferro, em 1995, que trabalha com escultura, instalações tecnológicas e música eletrônica.

Cabelo

Sobre o artista

Cachoeiro do Itapemirim, ES, 1967

Cabelo é artista visual e vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. O desenho, a pintura, a escultura e a performance são meios de expressão utilizados peloartista, que mantém durante a sua carreira uma estética com forte inspiração urbana, com traços e cores bastante marcantes, abordando questões de natureza metafísica e abstrata.

Cabelo teve suas obras expostas em exposições individuais, entre as quais se destacam: MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2012),A Gentil Carioca (2011), No Jardim dos Jardins Ambulantes, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa (2010) Nas Asas do Escaravelho Verde Ouro, Marília Razuk Galeria de Arte, São Paulo (2008); Imediações de Monte Basura Centre D’art Santa Monica, Barcelona (2005). Entre suas exposições coletivas destacam-se: De Perto, De Longe, Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo (2008); 26ª Bienal nternacional de São Paulo, São Paulo (2004); Violência e Paixão, Museu de Arte Moderna do Riode Janeiro, Rio de Janeiro (2003); Cote à Cote, Art Contemporain Du Brésil, CAPC Musée d’Art Contemporain, Bordeaux, França (2001); Cefalópode Heptópode, X Documenta de Kassel, Museum Fridericianum, Kassel, Alemanha (1997).

Cabrita

Sobre o artista

Lisboa, Portugal, 1956

É um dos artistas portugueses mais conhecidos da atualidade. Participou em exposições internacionais de renome: entre outras, o seu trabalho foi exposto na 9.ª Documenta de Kassel e na 24.ª Bienal de São Paulo. Em 2003, representou Portugal na Bienal de Veneza.

A complexa obra de Cabrita inclui uma multiplicidade de meios, dos desenhos sobre papel utilizando grafite e pastel, passando pela pintura em grande escala, até às instalações de dimensões arquiteturais. Os meios que utiliza individualmente fluem uns nos outros sem perderem o seu caráter próprio. Esculturas transformam-se em imagens; quando presas a janelas, as pinturas articuladas em áreas monocromáticas de cor conduzem a elementos arquétipos da arquitetura ou desenvolvem qualidades esculturais. Fotografias que surgem nas instalações conseguem abrir infinitos espaços de memória e reflexão. A `natureza´ aparece no seu trabalho de uma forma extremamente filtrada, como um espaço para o pensamento. A perda da natureza como ideia referencial é uma força motivadora no trabalho de Cabrita. O artista vê a arquitetura como tomando o seu lugar, e percebe-a como disciplina mental ou `exercício de realidade´ através do qual nos medimos a nós mesmos e ao mundo. Isto requer uma alta precisão.

O artista trabalha precisamente com as várias qualidades físicas dos frequentemente utilizados materiais pobres que utiliza. A estética sutil nas intervenções de Cabrita apela à AISTHESIS do espectador, cuja percepção é requerida de modo especial. Em geral, a qualidade pictórica e as condições de visibilidade são assuntos centrais para o artista. As suas instalações arquitetônicas também podem ser percebidas como ocupações territoriais, exclusões e delimitações. Por isto mesmo, contudo, elas também refletem possibilidades de conexões, de comunicação e de troca, sendo espaços onde a realidade ocorre. O invisível mostra o visível enquanto eco da memória.

No Brasil, Cabrita participou da24ª Bienal de São Paulo em 1998. E em 2010, abriu sua exposição Deposição, na Pinacoteca de São Paulo.

Cafi

Sobre o artista

Pernambuco, 1950

Estudou gravura e pintura na Escolinha de Arte do Brasil. Iniciou na fotografia aos 20 anos.

Entre as décadas de 70 e 90, realizou mais de 260 capas de disco, entre elas: Clube da Esquina (1 e 2); Geraes, Minas, Milagre dos Peixes, entre outras (Milton Nascimento); Vai Passar e Cio da Terra (Chico Buarque); Vento Bravo (Edu Lobo); Beto Guedes; Geraldo Azevedo; Nana Caymmi; Toninho Horta; Fagner; Sarah Vaughan; Francis Hime; Jards Macalé; Turibio Santos; Cristina Buarque; Lô Borges; Blitz; Alceu Valença etc.

Ainda na década de 70, fundou com Ronaldo Bastos um grupo de produção cultural “Nuvem Cigana”. No Circo Voador, participou na edição do jornal Expresso Voador e fundou a galeria de artes do circo, a Galeria das Artes.

Como fotógrafo, participou em mais de 30 exposições sobre temas brasileiros com a arquiteta Gisela Maganhães: Sete Brasileiros (UNB), Carrancas do São Francisco (MAM, MASP), Índios Kráo (MAM, MASP), Salve Getúlio (Museu da República), Macunaíma (Sesc). Participou, ao lado de Aloísio Magalhães, do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC). Acompanhado de Miguel do Rio Branco, Walter Firmo e Pedro de Moraes, com texto de Darcy Ribeiro, publicou também a coleção de postais “Os Brasileiros”.

Suas fotos podem ser vistas em muitas publicações. Algumas delas: “Um Olhar sobre Paraty, Angra dos Reis e Ilha Grande”; “Brezil”, editado pela Flamarion (Paris); “Imagem do Som”, de Chico Buarque; “Imagem Escrita”, em que fez dupla com Pedro Bial, em cartasese catálogos de Deborah Colker (Velox), Intrépida Troupe e Dane Lima (Vaidade). Produziu ensaio fotográfico para a revista Big (NY), revista ”O Carioca”, Cancioneiro Tom Jobim, livro biográfico Milton Nascimento.

Carlos Cruz Diez

Sobre o artista

Caracas, Venezuela, 1923

Passou sua carreira profissional trabalhando e ensinando, entre Paris e Caracas. Reside em Paris desde 1960. Sua obra está representada em museus e locais de arte pública internacional. É considerado uma das figuras principais da arte cinética. É um teórico contemporâneo das cores e seu propósito artístico é baseado em quatro condições cromáticas: cor subtrativa, aditiva, indutiva e refletiva. Sua pesquisa levou a arte para uma nova forma de entender o fenômeno das cores, ampliando seu universo perceptivo. 

Carlos Vergara

Sobre o artista

Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1941

Carlos Vergara iniciou sua trajetória nos anos 60, quando a resistência à ditadura militar foi incorporada ao trabalho de jovens artistas. Em 1965, participou da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, um marco na história da arte brasileira, ao evidenciar esta postura crítica dos novos artistas diante da realidade social e política da época. A partir desta exposição se formou a Nova Figuração Brasileira, movimento que Vergara integrou junto a outros artistas, como Antônio Dias, Rubens Gerchmann e Roberto Magalhães, que produziram obras de forte conteúdo político.

Nos anos 70, seu trabalho passou por grandes transformações e começou a conquistar espaço próprio na história da arte brasileira, principalmente com fotografias e instalações. Desde os anos 80, pinturas e monotipias tem sido o cerne de um percurso onde a experimentação é marca registrada. Novas técnicas, materiais e pensamentos resultam em obras contemporâneas, caracterizadas pela inovação, mas sem perder a identidade e a certeza de que o campo da pintura pode ser expandido.

Participou da 1ª Bienal do Mercosul, das 18ª e 20ª Bienais de São Paulo, da 39ª Bienal de Veneza e sua obra faz parte da coleção do Instituto Inhotim, do MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, entre outras importantes coleções.

Célia Euvaldo

Sobre a artista

São Paulo, SP, 1955

Célia Euvaldo começou a expor em meados da década de 1980. Suas primeiras exposições individuais foram na Galeria Macunaíma (Funarte, Rio de Janeiro, 1988), no Museu de Arte Contemporânea (São Paulo, 1989) e no Centro Cultural São Paulo (1989). Ainda em 1989, ganhou o I Prêmio no Salão Nacional de Artes Plásticas da Funarte.

Desde então tem exposto regularmente em mostras individuais e coletivas em galerias e instituições. Participou, notadamente, da 7ª Bienal Internacional de Pintura de Cuenca, Equador (2001) e da 5ª Bienal do Mercosul (2005). Realizou exposições individuais, entre outros, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1995, 1999 e 2015/16), na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006), no Centro Cultural Maria Antonia (São Paulo, 2003 e 2010), no Museu de Gravura da Cidade de Curitiba (2011) e no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2013).

Em 2016, participou da mostra coletiva Cut, Folded, Pressed & Other Actions na David Zwirner Gallery, em Nova York. Em 2017 realizou exposições individuais no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Ribeirão Preto, e, em 2018, na Galeria Raquel Arnaud, em São Paulo.

Chelpa Ferro

Chelpa Ferro é um grupo multimídia composto pelos artistas Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler. Reunidos pela primeira vez em 1995, realizam um trabalho que mistura experiências com música eletrônica, esculturas e instalações tecnológicas em apresentações ao vivo e exposições. Ao longo de sua história, o grupo apresentou trabalhos em diversos formatos: objetos, instalações, vídeos, performances, apresentações de palco e discos.   

O Chelpa Ferro realiza performances de improviso sonoro acompanhadas de projeções de vídeos abstratos dotados de texturas, formas e cores. Os artistas fazem uso não convencional dos instrumentos musicais, além de incorporarem às performances instrumentos inventados a partir de eletrodomésticos e objetos de uso cotidiano, explorando os limites entre barulho e música.   

O grupo já se apresentou em museus e galerias de arte no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Foi visto também em bienais como as de Veneza, São Paulo e Havana. 

Christo

Sobre o artista

Gabrovo, Bulgária, 1935

Este artista conceitual é conhecido internacionalmente por suas espetaculares encenações, que consistem em embalar edifícios e acidentes naturais (por exemplo, Wrapped Coast, 1972, cobertura de um trecho de costa com 1,5 quilômetro de extensão em Little Bay, próximo de Sydney; The Pont Neuf Wrapped, 1985, "embalagem" de uma ponte em Paris). Um de seus projetos que despertaram maior sensação foi o "empacotamento", em 1995, durante duas semanas, do edifício do Reichstag (Parlamento) em Berlim, projeto que Christo já ambicionava há 22 anos e causou grande controvérsia (The Wrapped Reichstag, com um custo de 15 milhões de marcos). Em suas monumentais obras de arte, que planifica e realiza conjuntamente com sua esposa Jeanne-Claude, Christo reúne finalidade, forma e conteúdo, que são evidenciados pela cobertura. Seu objetivo é estimular o desenvolvimento de uma nova consciência da realidade e da história.

Cildo Meireles

Sobre o artista

Rio de Janeiro, RJ, 1948

Cildo Meireles é reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos. Aos 10 anos de idade muda-se para Brasília, onde tem contato com a arte moderna e contemporânea. A partir de 1963, estuda com Barrenechea e acompanha a produção artística internacional por livros e revistas. Nesse momento, se impressiona com a coleção de máscaras e esculturas africanas da Universidade de Dacar, exposta na Universidade de Brasília. Por meio de publicações, conhece o Grupo Neoconcreto, do Rio de Janeiro. Sente-se atraído pelo movimento e se interessa pela possibilidade aberta pelo grupo "de pensar sobre arte em termos que não se limitassem ao visual". No entanto, diferentemente daqueles artistas, seu trabalho, na época, é gestual e figurativo - um desenho de natureza expressionista.

Em 1967, muda-se para o Rio de Janeiro. Nesse ano, o desenho passa para segundo plano, e o artista abandona a figuração expressionista, voltando-se para obras tridimensionais. Sua primeira instalação é Desvio para o Vermelho, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1967. Cria os Espaços Virtuais: Cantos (1967-1969), fragmentos de ambientes em que dois planos se cruzam abrindo uma fresta entre eles. Em 1970, participa da exposição coletiva Information, no Museum of Modern Art (MoMA), de Nova York. A mostra reúne boa parte da produção de matriz conceitual da década de 1960. Cildo Meireles leva as Inserções em Circuitos Ideológicos (1970), série de trabalhos em que imprime frases subversivas em cédulas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola, deslocando a recepção da obra da dimensão de "público" para a de "circuito". A intervenção política em objetos banais é constante em sua produção entre 1970 e 1975, como Árvore do Dinheiro (1969), Introdução a uma Nova Crítica (1970) e O Sermão da Montanha: Fiat Lux (1973).

Mora nos Estados Unidos de 1971 até 1973. Ao retornar ao Brasil, concentra-se nas linguagens conceituais e na apropriação de objetos não-artísticos. Em 1974, termina a primeira versão do trabalho Malhas da Liberdade (1976). Realiza, em 1975, a instalação Eureka/Blindhotland, em que investiga propriedades sensoriais não visuais dos objetos utilizados. Na segunda metade da década de 1970, amplia essa discussão em esculturas como A Diferença entre um Círculo e uma Esfera É o Peso (1976), Estojo de Geometria (1977) e Rodos (1978).

No início da década de 1980, alguns elementos pictóricos são incorporados às suas instalações e esculturas, como em Volátil (1980), Maca (1983), Cinza (1984) e Para Pedro (1984). Realiza Missão/Missões (1987), instalação feita com hóstias, moedas e ossos, e Através (1989), um ambiente labiríntico formado por objetos e materiais utilizados para delimitar ou interditar espaços, como grades e alambrados. Em 2001, realiza Babel, instalação sonora e luminosa feita com rádios sintonizados em diferentes estações, que retoma e atualiza seus trabalhos com discos de vinil da década de 1970. É o segundo artista brasileiro a ter uma exposição retrospectiva de sua obra na Tate Modern, em Londres, em 2008. No ano anterior, a instituição realiza uma mostra dedicada a Hélio Oiticica.

Catálogo Cildo Meireles

 

Claudio Cretti

Sobre o artista

Belém, PA, 1964

Claudio Cretti nasceu em 1964 em Belém, PA. Com menos de um ano, muda-se com a família para Pirassununga, interior de São Paulo, cidade onde vive até os quinze anos, no que foi para ele uma experiência marcante de um cotidiano quase caipira. Em 1979, vai morar em São Paulo. Dois anos depois, ingressa na escola técnica IADE — Instituto de Arte e Decoração, iniciando um período de formação que vai determinar a sua escolha definitiva pela arte. Nessa época, estabelece frutíferas relações com professores como Lenora de Barros, Guto Lacaz e Cássio Michalani, entre outros.

Cristina Salgado

Sobre o artista

1957, vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Em 1980 fez sua primeira exposição: a coletiva A nova geração, na Galeria FUNARTE-Sergio Milliet. Participou de inúmeros salões oficiais, recebendo, entre outros, o prêmio CEMIG de pintura no XVIII Salão Nacional de Belo Horizonte. Mestre em Comunicação e Cultura (ECO/UFRJ); Doutora em Linguagens Visuais (EBA/UFRJ). Foi Artista residente no Yorkshire Sculpture Park, Inglaterra em 1991, pelo British Council; em 1999, ganhou Bolsa RIOARTE e em 2006, Bolsa Capes de Pesquisa no Exterior, pelo Chelsea College of Arts and Design, University of the Arts London. Em 2010 recebeu o Prêmio Arte Contemporânea de Ocupação dos Espaços Funarte-BH. Possui trabalhos nas coleções Museu de Arte do Rio-MAR, Gilberto Chateaubriand (MAM-RJ); João Sattamini (MAC-Niteroi); Shell do Brasil, YSP e UECLAA/University of Essex, Inglaterra; British Council, Rio de Janeiro. 
Suas exposições individuais mais recentes são No interior do tempo, no Paço Imperial, 2015; A mãe contempla o mar, Galeria Laura Marsiaj, 2014; Ver para olhar, Paço Imperial, 2012; Vista, Projeto Cofre, Casa França-Brasil, 2009 e Grande nua na poltrona vermelha, Cavalariças, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 2009. Algumas coletivas recentes são A cor do Brasil, MAR, RJ; Nós, Caixa Cultural, RJ, 2016; Espelho Refletido: o Surrealismo e a Arte Contemporânea brasileira, Centro Helio Oiticica, 2012; Entre trópicos 46º05 Cuba/Brasil, Caixa Cultural, RJ, 2011; Entre artistas – Tremores e permutações. Galeria Paradigmas Arte Contemporâneo, Barcelona, 2011.
Publicou em 2015, em coautoria com Gloria Ferreira, o livro Cristina Salgado, sobre sua produção artística, pela Ed. Barléu.
Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage/RJ, com Roberto Magalhães e Rubens Gerchman entre 1977 e 1978.
Foi professora no Departamento de Artes e Design da PUC-RJ de 1993 a 2013, e no durante o ano de 2009 no curso de Fundamentação, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. É professora adjunta no Instituto de Artes da UERJ, desde 1997, onde participa do Programa de Pós-Graduação em Artes, na linha de pesquisa em Processos Artísticos Contemporâneos. 
 

Daisy Xavier

Sobre o artista

Rio de Janeiro, 1952

Formada em psicologia e psicanálise, Daisy Xavier começou sua formação artística nos anos 1980. Frequentou o núcleo de aprofundamento da Escola de Artes Visuais – Parque Lage (1992) e História da Arte com Paulo Sergio Duarte (2000). Suas obras buscam investigar questões ligadas às identidades e as alteridades. Seja pela desconstrução ou pela recriação de formas e conceitos estabelecidos, a artista cria imagens de forte carga poética onde o corpo deixa de ser meramente físico e passa a representar zonas permeáveis. Elementos como a rede e a água são recorrentes nos trabalhos da artista – sejam vídeos, fotos, instalações, pinturas ou desenhos. Ambos elementos não deixam definir o que se encontra dentro ou fora, criando campos intercambiáveis, de constante mutação.

Daniel Feingold

Sobre o artista

Rio de Janeiro, 1954

Formou-se em Arquitetura e Urbanismo nas Faculdades Integradas Silva e Souza, no Rio de Janeiro, em 1983. Fez diversos cursos, entre eles o de História da Arte com o crítico Ronaldo Brito, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988 –1992), Teoria da Arte e Pintura na escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro (1989 – 1990), e o “Núcleo de Aprofundamento”, programa de um ano no estúdio de pintura dessa mesma escola (1991). Em 1993 ganhou uma bolsa de estudos do governo brasileiro para fazer o mestrado no Pratt Institute, em Nova York. Desde 1991, realizou várias exposições individuais, como “Projeto Macunaíma”, no Instituto Brasileiro de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, 1992), “Espaço empenado”, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2002), “Pintura”, no Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo, 2003), e na Galeria Raquel Arnaud, em 1996, 1999, 2002 e 2006. Em 2011, expôs individualmente no Atelier Sidnei Tendler, em Bruxelas, na Bélgica. Mais recentemente, em 2013 teve uma grande mostra individual, “Acaso controlado”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e “Pintura em fluxo”, na Múltiplo Espaço Arte, Rio de Janeiro.

Também participou de exposições coletivas, como “Aprofundamento”, na escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro, 1991); 15º Salão Carioca e 17º Salão Nacional de Artes Plásticas (Rio de Janeiro, 1991), tendo obtido em ambas o 1º prêmio; “Crossing Lines – Art in General”, em Nova York; “O beijo”, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1998); “Gestural Drawings”, na Neuhoff gallery (Nova York, 2000), e 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005). Em 2007, integrou a mostra coletiva do “Minus Space”, em Sydney e Melbourne, na Austrália, e Wellington, na Nova Zelândia. Em 2010, participou de coletiva no Centro de Arte Maria Teresa Vieira (Rio de Janeiro), e também “The Machine Eats”, na Frederico Sève Gallery (Nova York). Suas mais recentes participações em exposições coletivas foram “Arte brasileira e depois na Coleção Itaú”, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2011); “Cinéticos e construtivos”, na Galeria Carbono (São Paulo, 2013); “Afinidades”, no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2014); e “Trajetória 40 anos”, na Galeria Raquel Arnaud (São Paulo, 2014). A Galeria Raquel Arnaud representa o artista desde 1993.

David Almeida

Sobre o artista

Brasília, DF, 1989.
Vive e trabalha entre Brasília, DF e São Paulo, SP.

Brasiliense radicado em São Paulo, David Almeida é formado em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília. Premiado em 2013 no 12o Salão de Arte de Jataí, em 2014 pelo 20o Salão Anapolino de Arte e novamente em Jataí no 14o Salão de Arte de Jataí em 2015, participou de mostras coletivas como Brazil: arbeit und freundschaft, no Espaço Pivô, em São Paulo, e 20 - Pintura e Pictorialidade em Brasília de 2000/2014 no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Ondeandaaonda I e II no Museu Nacional da República, Scapeland – Território de Transito Livre no Memorial da América Latina. Em 2015, realizou a mostra individual Sobre habitar o invisível, na Referência Galeria de Arte em Brasília, após participar da Residencia FAAP, em São Paulo. Realizou projetos de curadoria como a exposição coletiva Turvas Narrativas, na Orlando Lemos Galeria - Belo Horizonte. Participou de prêmios como 1o Salão Mestre D’Armas – Planaltina, Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea e mais recentemente foi premiado com o primeiro lugar no I Prêmio Vera Brant de Arte Contemporanea. Em 2016 realizou a residencia no Centro Cultural Elefante onde realizou a exposição Asseidade da Fenda, mais recente individual com curadoria de Ana Roman.
 

Daniela Antonelli

Sobre a artista

Rio de Janeiro, RJ, 1981

Daniela Antonelli é uma carioca de 34 anos cujo trabalho gira em torno do desenho e da escultura. Desenvolve sua pesquisa desde 2008 e participou de exposições coletivas como o Salão Novíssimos 2011 – Galeria de Arte Ibeu, Abre Alas 2011 – Galeria A Gentil Carioca e Salão de Pinturas 2014 – Galeria Mercedes Viegas. Realizou sua primeira individual em 2011 na Galeria Oscar Cruz em São Paulo e em 2013 fez sua primeira individual no Rio de Janeiro intitulada “Morada” na Galeria Mercedes Viegas. No ano de2013 participou da residência Residency Unlimited em Nova Yorque para qual ganhou o patrocínio do Ministério da Cultura através do Programa de intercâmbio e Difusão Cultural e ganhou a bolsa residência da Fundação West Dean. Em 2014 realizou a residência do Arte Institute no Porto em Portugal e atualmente desenvolve seu trabalho em seu atelier no Rio de Janeiro.

Eduardo Coimbra

Sobre o artista

Rio de Janeiro, RJ, 1955

Eduardo Coimbra é graduado em engenharia elétrica pela PUC Rio, e cursou pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil, também pela PUC Rio. Seus trabalhos lidam com uma grande diversidade de materiais e suas temáticas abrangem propostas tanto para a escala de interiores (ambientes domésticos e salas de exposições) como projetos para o espaço público (parques e praças).

Possui trabalhos em importantes coleções particulares no Brasil e no exterior, e em instituições como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu do Açude, Museu de Arte Contemporânea do Paraná e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Realizou exposições individuais e participou de coletivas em diversas instituições e galerias no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Áustria e Argentina.

Eduardo Sued

Sobre o artista

Rio de Janeiro, RJ, 1925

Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, vitralista e professor. Gradua-se na Escola Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro, em 1948. No ano seguinte estuda desenho e pintura com Henrique Boese (1897 - 1982). Entre 1950 e 1951, trabalha como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907). Em 1951, viaja para Paris, onde freqüenta as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa entra em contato com as obras de Pablo Picasso (1881 - 1973), Joán Miró (1893 - 1983), Henri Matisse (1869 - 1954) e Georges Braque (1882 - 1963). Retorna ao Rio de Janeiro em 1953 e freqüenta o ateliê de Iberê Camargo (1914 - 1994) para estudar gravura em metal tornando-se mais tarde, seu assistente. Leciona desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, em 1956 e, no ano seguinte, transfere-se para São Paulo, onde ministra aulas de desenho, pintura e gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, de 1958 a 1963. Em 1964, volta a morar no Rio de Janeiro e publica o álbum de águas-fortes 25 Gravuras. O artista não se vincula a nenhum movimento mantendo-se alheio aos debates da época. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminha para abstração geométrica. Nos anos de 1970, aproxima-se das vertentes construtivas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian (1872 - 1944) e da Bauhaus. Entre 1974 e 1980, ministra aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

Elizabeth Jobim

Sobre a artista

Rio de Janeiro, RJ, 1957

Desenhista, pintora, gravadora. Realiza estudos de desenho e pintura com, Aluísio Carvão (1920-2001) e Eduardo Sued (1925), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), entre 1981 e 1985. Cursa comunicação visual na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), a partir de 1981. Nessa universidade, entre 1988 e 1989, faz curso de especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil. Entre 1990 e 1992, faz mestrado em Belas Artes na School of Visual Arts, em Nova York, nos Estados Unidos. A partir de 1994, leciona no Ateliê de Desenho e Pintura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro.

Fernanda Junqueira

Sobre a artista

Artista plástica carioca, atuante desde meados da década de 1980, formada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e curso de Especialização em história da arte e arquitetura no Brasil pela PUC-RJ. De seu currículo constam diversos cursos nas áreas de arte e filosofia, cursos práticos de desenho, fotogravura e outros na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no MAM-RJ; curso de fotografia profissional no Senac; e curso de arte na educação na Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro.

Trabalhou na área cultural, no setor educativo da Fundação Raymundo Castro Maya, Rio de Janeiro, de 1982 a 1985; na Assessoria do Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, de 1997 a 1999; e na produção executiva de exposições de arte em diversas instituições nacionais.

Em 2000, recebe o Prêmio de Bolsa do 5º Programa de Bolsas do Instituto Municipal de Arte e Cultura do Rio de Janeiro, RioArte, com o projeto Conjunto vazio, um espaço topológico. A pesquisa iniciada com esculturas de grandes formatos em cerâmica possibilita uma série de investigações que resulta na realização de exposições individuais em amplos espaços, entre eles, o Paço Imperial, Rio de Janeiro, e o Centro Cultural Maria Antônia, em São Paulo, ambas em 2002-2003. Em junho de 2013, o Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea, Funarte-RJ, inaugura novas investigações com o projeto da instalação intitulada Jardins submersos, criada especificamente para o local, a Galeria Mezanino no Palácio Capanema, Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2014, realiza a mostra Aquarelas submersas, Galeria MUL.TI.PLO Espaço Arte, no Rio de Janeiro. Em agosto de 2014, inaugura a exposição Jardins Submersos, no Palácio Capanema, Rio de Janeiro.

Entre as exposições coletivas, podemos destacar, em 2014, além das participações na Art-Rio e na SP-Arte com a Galeria Mul.TI.PLO Espaço Arte em 2013, 2012 e 2011: as coletivas Múltiplo+Múltiplo, Galeria Múltiplo Espaço Arte, Rio de Janeiro, 2013 e 2012; Arte Brasileira: além do sistema", curadoria Paulo Sérgio Duarte. Galeria Estação, São Paulo, SP 2010; Projetos IN-Provados, com curadoria de Sonia Salcedo, Caixa Cultural Rio de Janeiro, 2010; Ar opaco – variações cariocas, Galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, 2009; Coletiva, Espaço Gávea Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, 2007; Núcleos Contemporâneos, Valu Oria Galeria de Arte, São Paulo, 2004; Quatro Matérias, exposição itinerante no Sesc, e Grande Orlândia, São Cristóvão, Rio de Janeiro, ambas em 2003; Pequenos Formatos, Escritório de Arte Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, 2001; Desenho Contemporâneo – Quatro artistas brasileiros, Centro Cultural São Paulo e Caelum Gallery, Nova York, EUA, 1999, e Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2000; MercoArte, Mar del Plata, Argentina, 1999; Gesto Mínimo, com curadoria de Luiz Sérgio Oliveira, Galeria de Arte UFF, Niterói, 1997; Influência Poética, com curadoria de Paulo Venâncio Filho, Paço das Artes, Belo Horizonte, e Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1996.

Entre as principais exposições individuais: Jardins Submersos, um espaço líquido - Prêmio Projetéis Funarte de Arte Contemporânea, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro, 2014; Aquarelas Submersas, Galeria Múl.ti.plo Espaço Arte, Rio de Janeiro, 2014; Voluminosos, Galeria 90 Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, 2005; Conjunto Vazio, Valu Oria Galeria de Arte e Centro Cultural Maria Antônia, ambas em São Paulo, 2003; Conjunto Vazio, Paço Imperial, Rio de Janeiro, e Galeria Sérgio Porto, Rio de Janeiro, 2002; Desenhos, Valu Ória Galeria de Arte, São Paulo, 1997; Centro Cultural São Paulo, e Galeria Macunaíma, Funarte, Rio de Janeiro, ambas em 1996; Galeria Paulo Cunha e Galeria de Arte Sesc, Rio de Janeiro, 1985.

Gabriela Machado

Sobre a artista

Santa Catarina, 1960

Gabriela Machado é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, 1984. Antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas a partir de meados dos anos 80, participou de trabalhos de restauração na Fundação Roberto Marinho. “Morava numa casa do século XVIII com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância.”

Gabriela estudou gravura, pintura, desenho e teoria da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro, 1987-1992). Frequentou cursos em História da Arte, ministrados pelos críticos Paulo Venâncio Filho, Paulo Sérgio Duarte (1993-1995) e cursos de Estética e História da Arte, ministrados por Ronaldo Brito, na PUC e UNI/RIO (Rio de Janeiro, 1992-1997).

No ano de 2009, Gabriela Machado foi vencedora do Prêmio de Artes Plásticas FUNARTE Marcantonio Vilaça. Inaugurou o espaço da Caixa Cultural de São Paulo com a exposição Doida Disciplina (2009), com curadoria de Ronaldo Brito após realizar a mesma exposição na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e lançar um livro homônimo (Doida Disciplina – Editora Aeroplano, Rio de Janeiro) com sua produção mais recente. Em 2008, Gabriela fez uma exposição individual na Galeria 3 +1 em Lisboa, Portugal, e foi também contemplada com o prêmio Marcantonio Vilaça em aquisição coletiva da Fundação Ecco (Brasília) Ainda em 2008 lançou um livro intitulado Gabriela Machado (Editora Dardo, Santiago de Compostela, Espanha), com um apanhado de textos críticos e imagens de diferentes fases da sua carreira.

Entre as suas exposições individuais ocorridas em anos anteriores destacam-se: Desenhos no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com texto de Paulo Venâncio (2002); Centro Universitário Maria Antônia, texto de Afonso Luz (São Paulo, 2002); Neuhoff Gallery de Nova York, com texto de Robert Morgan (2003). Podemos citar ainda: Largo das Artes, juntamente com o escultor José Spaniol (Rio de Janeiro, 2007), Pinturas, na Galeria Virgílio, com texto de Alberto Tassinari (São Paulo, 2006); Pinturas, H.A.P. Galeria, texto Ronaldo Brito (Rio de Janeiro, 2005); H.A.P. Galeria, texto Paulo Sergio Duarte (Rio de Janeiro, 2002); Projeto Macunaíma, na Funarte (Rio de Janeiro,1992).

Teve seus trabalhos representados em importantes feiras internacionais, com destaque para Valencia Art (2009), Arte Lisboa (2009, 2008 e 2006) e Pinta Art Fair em Nova York (2008 e 2009). Também em 2008 expôs com grande repercussão e reconhecimento na ARCO’08 – Feira de Arte Contemporânea em Madrid (2008), onde ocupou por inteiro o stand da H.A.P. Galeria.

Outras participações em feiras e exposições coletivas incluem outros anos na ARCO Madrid (2001/1998); SP Arte (São Paulo, 2008/2007/2006/2005); Arquivo Geral (Rio de Janeiro, 2008/2006/2004); Art Chicago (Chicago, 2004); Art Cologne (Alemanha, 2003); San Francisco International Art Exposition (NY, 2002); Desenho Contemporâneo, Centro Cultural São Paulo e Caelum Gallery (NY, 2002); Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM (Rio de Janeiro, 1998); Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1998); Mostra América (1995); 1ª Bienal Nacional da Gravura (São Paulo, 1994); Centro Cultural São Paulo (1993); X Bienal do Desenho de Curitiba (1991); Projeto Macunaíma, na Funarte (Rio de Janeiro, 1992/1990).

Está presente em importantes coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateaubriand, José Mindlin, George Kornis, João Carlos Figueredo Ferraz, Charles Cosac, Fundação Castro Maya, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, Centro Cultural Cândido Mendes e Fundação Catarinense de Cultura (MASC), e mais recentemente, a Fundação ECCO e o Museu de Arte da Pampulha.

A obra de Gabriela Machado alcança gradualmente novos espaços fora do país. Além da exposição lisboeta em 2008, em 2002 a Neuhoff Gallery de Nova York inseriu o trabalho da artista em duas coletivas – uma delas, The Gesture, junto com conceituados pintores americanos como Frank Stella e Franz Kline. Já apresentou seus trabalhos em Bergen, na Noruega, a convite da curadora Mallin Barth.

 

Huai-Quing Wang

Iole de Freitas

Sobre o artista

Iole de Freitas

Belo Horizonte, Brasil, 1945

Iole de Freitas é uma artista plástica brasileira que atua no campo de arte contemporânea.Iole iniciou sua carreira na década de 1970, participando de um grupo de artistas em Milão, Itália, ligado a Body art. Utilizava então a fotografia.Na década de 1980, ela retornou ao Brasil, mas abandonou o corpo humano como mediador de seu trabalho, adotando o "corpo da escultura". A artista utiliza, para criar suas obras, materiais como arame, tela, aço, cobre, pedra e inclusive água.As obras de Iole de Freitas podem ser encontradas em vários lugares, tais como o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu Nacional de Belas Artes e o Museu de Arte da Pampulha.Professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage desde de 1994. Iole de Freitas diz que recebeu influência de Picasso, Cézanne, Degas e Tatlin.

 

Jaume Plensa

Joel Shapiro

Sobre o artista

Nova York, 1941

Joel Shapiro (b. 1941, Nova York) é um artista de destaque internacional. Executou mais de trinta trabalhos e esculturas localizadas em locais públicos de grandes cidades asiáticas, europeias e norte-americanas e tem sido tema de mais de 160 exposições individuais e retrospectivas internacionais. Em suas recentes investigações sobre a possibilidade expressiva da forma e da cor no espaço, o artista suspende elementos de madeira pintadas do teto, parede e chão, explorando a projeção do pensamento no espaço, sem a restrição da arquitetura. Em 2011, o artista energizou a monumental galeria do Museu Ludwig em Cologne, Alemanha, com quinze elementos de madeira vibrantemente pintados. 

José Bechara

Sobre o artista

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside.

Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), localizada na mesma cidade.

Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011; 1ª Bienalsur – Buenos Aires; 7ª Bienal de Arte Internacional de Beijing; Anozero’19 – 3ª Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra;  Bienalsur 2019 – Museu Nacional de Riade, Arábia Saudita e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial–RJ.

Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como MAM Rio de Janeiro–BR; Culturgest–PT; FLAD Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento – PT; Ludwig Museum (Koblenz)–DE; Instituto Figueiredo Ferraz–BR; Fundação Iberê Camargo–BR; Fundação Calouste Gulbenkian–PT; MEIAC–ES; Instituto Valenciano de Arte Moderna–ES; Fundação Biblioteca Nacional–BR; MAC Paraná–BR; MAM Bahia–BR; MAC Niterói–BR; Museu da Pampulha-BR; Instituto Tomie Ohtake–BR; Museu Vale–BR; Haus der Kilturen der Welt–DE; Ludwig Forum Fur Intl Kunst–DE; Kunst Museum–DE; Museu Brasileiro da Escultura (MuBE)-BR; Gropius Bau–DE; Centro Cultural São Paulo–BR; ASU Art Museum–USA; Museo Patio Herreriano (Museo de Arte Contemporáneo Español)–ES; MARCO de Vigo–ES; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma–ES; Carpe Diem Arte e Pesquisa–PT; CAAA–PT; Musee Bozar–BE; Museu Casa das Onze Janelas–BR; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi–BR; Museu Oscar Niemeyer–BR; Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (CAC Málaga)–ES; Museu Casal Solleric–ES; Fundação Eva Klabin–BR; entre outras.

Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro–BR; Centre Pompidou–FR; Pinacoteca do Estado de São Paulo–BR; Ludwig Museum (Koblenz)–DE; ASU Art Museum USA; Museu Oscar Niemeyer–BR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma–ES; Universidade de Coimbra – CAPC, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra–PT; Coleção Gilberto Chateaubriand–BR; Fundação Biblioteca Nacional–BR; Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo–BR; Coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz/Instituto Figueiredo Ferraz–BR; Coleção João Sattamini/MAC Niterói–BR; Instituto Itaú Cultural–BR; MAM Bahia–BR; MAC Paraná–BR; Culturgest–PT; Benetton Foundation–IT/CAC Málaga-ES; MOLAA–USA; CIFO Foundation Ella Cisneros-USA; Museu da Universidade do Arizona-USA; Universidade Cândido Mendes–BR; Itau Cultural Institute -BR; Museu de Arte Contemporanea de Palma de Mallorca-ES; FLAD – PT; MARCO de Vigo–ES; Brasilea Stiftung–CH; Fundo BGA–BR, entre outras.

José Bento

Sobre o artista

Salvador, BA, 1962

Escultor. Em 1966, transfere-se com a família para Belo Horizonte. Autodidata, entre 1981 e 1988, cria uma série de cenas e ambientes em miniatura com palitos de picolé. Expõe parte dessas peças no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em 1989. Nesse ano, realiza pequenas caixas de madeira e vidro em cujo interior desenha com mercúrio. Nessa época, começa a produzir esculturas com troncos tombados naturalmente, muitas vezes de árvores raras e seculares, que recolhe na região da Mata Atlântica entre Minas Gerais e Espírito Santo. Em 1990 e 1991, desenvolve Roda, trabalho que se distancia das obras anteriores e impulsiona sua participação em diversas exposições coletivas no Brasil. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas no 12° Salão Nacional de Artes Plásticas (1991-1992), no Rio de Janeiro. Em 1993, realiza mostra individual na Casa Guignard, em Ouro Preto, Minas Gerais. A partir de 2000, trabalha também com vidro, espelho e granito. Em 2004, exibe suas esculturas no Museu de Arte da Pampulha - MAP, em Belo Horizonte.

José Pedro Croft

Sobre o artista

Porto, Portugal, 1957

Pintor e escultor, José Pedro Croft nasceu em 1957, no Porto, tendo efetuado os estudos na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, terminando o curso de pintura em 1981. Durante este período trabalhou com o escultor João Cutileiro, facto que determinou o seu percurso artístico. A recuperação da escultura em pedra marcou a sua obra na década de 80. O primeiro conjunto de esculturas realizadas por este autor tinham como referência modelos arcaicos, onde predominava o baixo-relevo e a modelação. Seguidamente, tendo como ponto de partida formas simples relacionadas com estruturas arquitetónicas, a obra de Croft desenvolve-se no sentido mais geométrico das formas realizadas com grandes blocos de pedra. Este repertório de formas-tipo da arquitetura (colunas, casas, arcos) é tratado através de processos de sobreposição e fragmentação. No final desta década, o mármore é gradualmente substituído por outros materiais passíveis de modelação, como o gesso, depois passado a bronze e frequentemente pintado de branco, ou o poliuretano.

Esta fase caracteriza-se por um especial interesse pelas questões do equilíbrio e pela relação que a peça escultórica estabelece com o espaço. Nos anos 90, a sua obra acentua as qualidades intrínsecas da escultura como o peso, a densidade, expressas nas dualidades estabilidade/instabilidade e imobilidade/leveza. Nas esculturas desta fase, evocativas de memórias associadas a funcionalidades anteriores dos objetos que nelas integra (mesas, cadeiras e alguidares), é ainda explorada a relação do volume com o espaço e com a luz. 

Em meados da década, a incorporação de espelhos introduz uma nova dimensão pelo jogo de duplicação virtual da forma, à qual muitas vezes é associada à desconstrução formal do objeto. Em paralelo com a produção escultórica, tem realizado alguns trabalhos pictóricos, associados à gravura, nos quais está presente a mesma preocupação com a definição de formas primordiais.

Realizou diversas exposições individuais e coletivas, desde 1980. A sua obra encontra-se presente em diversas coleções públicas e privadas, tais como: Banco Central Europeu, Frankfurt; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Centro Galego de Arte Contemporâneo, Santiago de Compostela; Fundação de Serralves, Porto; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundación Caixa Galiza, La Coruña; Fundación La Caixa, Barcelona; MEIAC, Museo Extremenho y Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Ministério da Cultura, Portugal; Museo de Cantábria, Espanha; Museo de Zamora, Espanha; Museo Nacional, Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Sammlung Albertina, Viena; e Colecção Berardo, Lisboa.

José Resende

Sobre o artista

Nascido em 1945 em São Paulo, José Resende formou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie em 1967. Estudou gravura na Fundação Armando Álvares Penteado e teve aulas com Wesley Duke Lee. Em 1981 concluiu seu mestrado no Departamento de História da FFLCH-USP. Resende possui ainda em seu currículo acadêmico uma bolsa de pesquisa da John Guggenheim Memorial Foudation, recebida em 1984, e atuação como professor em instituições como ECA-USP, FAAP e Mackenzie. Em 1970, fundou, juntamente com Carlos Fajardo, Frederico Nasser e Luis Baravelli o Centro de Experimentação Artística Escola Brasil, onde lecionou até 1974. Ainda na década de 1970 editou com outros artistas e críticos a revista de artes Malasartes e em 1980 foi um dos editores do jornal A Parte do Fogo.
        José Resende participou de inúmeras exposições coletivas dentre as quais, destacam-se várias edições da Bienal de São Paulo (1967, 1983, 1989, 1998), Brasil 500, Mostra do Descobrimento (1999), Bienalle de Paris (1980, menção especial), “Arte Brasileira do Século XX” (1987, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris), Bienal de Veneza (1988) , ArteCidade (1994 e 2002), Bienal do Mercosul (2001), Documenta (1992),“Latin American Artists of XX Century” (1993, the Museum of Modern Art of N. York ) e “Arte Contemporânea: uma história em aberto”, Gabinete de Arte Raquel Arnaud, São Paulo (2004), além de várias individuais no Brasil, Paraguai e Estados Unidos.
        Em 2003, a editora Cosac & Naify lançou um livro sobre sua obra.

“A solução clara, elegante, de articulações tensas e precárias, distingue prontamente uma escultura de José Resende. A disparidade de materiais, o recurso a laços, nós e dobras como agentes de sustentação, até a posição circunstancial no ambiente, tudo converge para uma configuração positiva que testemunha a maleabilidade inesgotável do espaço, a disponibilidade essencialmente plástica do mundo. E um fator-surpresa intrínseco reforça a sensação de se estar de frente a uma lírica desinibida, capaz de assimilar toda e qualquer matéria, armar situações tão diversas e imprevistas quanto convincentes, e de imediato singularizá-las, torná-las por assim dizer únicas. Em suma, autenticá-las mediante o poder e a graça da autoria.”

Ronaldo Brito

Juan Melé

Sobre o artista

Juan Melé

Buenos Aires, Argentina (15 de outubro de 1923 - 29 de março de 2012)

Nascido em Buenos Aires, Argentina, Juan Melé frequentou a Escola Manuel Belgrano de Belas Artes, onde conheceu Gregorio Vardánega e Tomás Maldonado. Mais tarde, estudou na Escola Nacional de Belas Artes “Prilidiano Pueyrredón”, formando-se em 1945. Um ano depois, ingressou na Associação de Invenção de Arte Concreta. Em 1948 e 1949, estudou na École du Louvre, em Paris, com uma bolsa do governo francês, e conheceu artistas como Georges Vantongerloo, Antoine Pevsner Constantin Brancusi, Sonia Delaunay, Max Bill e Michel Seuphor. Em 1950, voltou à Argentina, onde continuou sua carreira artística, começou a ensinar e publicou vários artigos. Melé expôs seu trabalho na 2ª Bienal de São Paulo (1953), Cayman Gallery (Nova York, 1978); Arch Gallery (Nova Iorque, 1983 e 1985); Museu “Eduardo Sívori” (Buenos Aires, 1986); Museu de Arte Moderna (Buenos Aires, 1987); Argentina Art-Invention Concrete 1945. Madi Group 1946, Galeria Rachel Adler (Nova York, 1990); Arte-invenção concreta - Madi art. Argentina 1945-1960, Haus für Konstruktive e Konkrete Kunst (Zurique, 1991); Museu de Arte Moderna (Sevilha, 1994); Arte abstrata do Rio da Prata. Buenos Aires e Montevidéu 1933/53, Sociedade das Américas (Nova York, 2001); Juan Melé, pensamento construtivo, Universidade Três de Fevereiro (Buenos Aires, 2012); Corpo a corpo em diálogo, Expotrastiendas (Buenos Aires, 2011). Em 1999, publicou suas memórias, La vanguardia del 40. Morreu em Buenos Aires em 2012.

Visita virtual comentada

Lauro Muller

Sobre o artista

Formação

1965 – Estudou pintura na “Academie Julien” – Paris – França
1966/69 – Estudou na “Ruskin Schooll of Drawing and Fine Arts”
- Oxford – Inglaterra
1969 – Estudou cinema no “Contemporary Filmmakers Studio” -
Londres – Inglaterra
1970/72 – Estudou pintura chinesa – Taipei – Taiwan

Individuais

1971 – Magic Touch Gallery – Taipei – Taiwan
1985 – Centro Cultural Cândido Mendes – Rio de Janeiro
1994 – Palazzo della Provincia – Macerata – Itália
1994 – Centro Cultural Cândido Mendes – Rio de Janeiro
1998 – Galleria Frau – New York – USA
1999 – Washington Square Windows – New York – USA
2001 – Centro Cultural Cândido Mendes – Rio de Janeiro
2002 – Espaço Cultural dos Correios – Rio de Janeiro
2003 – Spazio Poltrona Frau – Roma – Itália
2004 – Centro Cultural Cândido Mendes – Rio de Janeiro
2007 – Pintura Abstrata Trop – Museu de Arte Moderna– Rio de Janeiro
2008 – Spazio Officina – Roma – Itália
2009 – Galeria de Arte Maria de Lourdes Mendes de Almeida – Rio de Janeiro

Coletivas

1975 – Salão de Verão – Museu de Arte Moderna– Rio de Janeiro
1979 – Bienal Nacional – São Paulo
1987 – Arte Brasileira do Século XX – Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro
1995 – Festival Latino Americano – Milão, Viareggio e Iesolo – Itália
2003 – Celebração – 10 anos do Centro Cultural dos Correios –  Espaço Cultural dos Correios – Rio de Janeiro
2003 – 25 anos – Galeria Cândido Mendes – Rio de Janeiro
2005 – Chroma – Coleção Gilberto Chateaubriand – Museu de Arte Moderna –  Rio de Janeiro
2007/2008 – Galeria do Convento – Rio de Janeiro – Brasil

León Ferrari

Sobre o artista

Buenos Aires, Argentina, 1920

Pintor, gravador, escultor, artista multimídia. Inicia seu trabalho como escultor na Itália, onde reside por três anos. Em 1955, realiza individual na Galeria Cariola, em Milão. Em 1960, começa a fazer esculturas de arame e aço inoxidável e, dois anos depois, produz desenhos caligráficos e colagens. Em 1965, engaja-se no movimento cultural e político do Instituto di Tella de Buenos Aires, e abandona a produção abstrata. Entre 1968 e 1969, participa dos eventos Tucuman Arde e Malvenido Rockefeller, em Buenos Aires. Muda-se para São Paulo, em 1976, e retoma a produção de escultura de metal. Em 1977, passa a fazer esculturas sonoras em barras metálicas e interessa-se por novos meios expressivos. Realiza obras em videotexto, microfichas, arte postal, cria livros de artista e trabalha com litografia. Recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA de melhor exposição do ano, em 1983. No ano seguinte volta a residir em Buenos Aires. Passa a utilizar também o meio digital em suas proposições, como em Electronicartes, 2002/2003. Em paralelo às atividades em artes visuais, publica livros comoNosotros No Sabíamos, em 1976; Cuadro Escrito, em 1984; Exégesis, em 1993, e La Bondadosa Crueldad, em 2000. Nesse ano, recebe o Prêmio Costantini.

Luis Tomasello

Sobre o artista

La Plata, Argentina, 1915

Luis Tomasello, que se mudou para Paris nos anos 50, é conhecido por suas construções geométricas abstratas que se baseiam na luz para criar forma e imagem. Tomasello era profundamente interessado na cinética, em especial no uso da luz existente para criar ilusão de movimento através da manipulação da luz e da sombra. Seus trabalhos, que ele chamou de “Atmosphères chromoplastiques”, fizeram parte de exposições nacionais e internacionais.

Malu Fatorelli

Sobre o artista

M A L U     F A T O R E L L I   

Artista e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde 20O2. Arquiteta graduada em 1980, possui mestrado em Comunicação e Tecnologia da Imagem e doutorado em Artes Visuais em 2004, todos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu trabalho estabelece conexões entre arte e arquitetura tornando evidente um campo conceitual que habita imagens estrategicamente construídas em diferentes meios. Foi artista visitante na Scuola di Gráfica di Venezia, Itália (bolsa do Istituto Italiano di Cultura); na Ruskin School of Drawing and Fine Arts, Universidade de Oxford, Inglaterra (bolsa do British Council); no Headlands Center for the Arts, CA, EUA; no Instituto Gedok, Munique, Alemanha e na Universidade de Calgary, Canadá. O trabalho de Malu Fatorelli foi apresentado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Sprengel Museum de Hanover, Alemanha; Casa de Las Americas, Cuba; Galeria Segno Gráfico, Itália; na Casa de Cultura Laura Alvim, RJentre outros. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil.

Exposições Selecionadas selected exhibitions

2016 Exposição coletiva Galeria Múltiplo, RJ 2015 Instalação 2 Atlânticos 1 Pacífico, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, RJ. Raleigh-Rio artistic conversation, Galeria ARTSPACE, Raleigh, NC, USA. 2014 Instalação Clepsidra: arquitetura líquida, Galeria da Casa de Cultura Laura Alvim, RJ; Exposição individual, Galeria da Universidade de Calgary, Canadá. 2012 Exposição coletiva, Gravura em Campo Expandido, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP. 2011 Proximidades e Distâncias, Galeria Gedok, Munique, Alemanha. Desenho no Campus – Instalação no Campus da UERJ Maracanã, RJ. 2010 Exposição individual, Galeria HAP, RJ. Exposição coletiva, Tempo-Matéria MAC - Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ. 2009 Exposição coletiva, Galeria de Arte Brasileira Contemporânea, gravuras da coleção permanente do Museu Nacional de Belas Artes, RJ. 2008 Exposição coletiva, ENSAIOS, Galeria do Largo das Artes, RJ. 2007Instalação: Desenho, Galeria do IBEU, RJ. 2006 Instalação Desenho de Arquitetura 1:1 no projeto Zona Instável nas Cavalariças, EAV do Parque Lage, RJ. 2005Instalação Nota de Rodapé Torreão, Porto Alegre, RS. 2004 Exposição individual, HAP Galeria, RJ. Projetos Especiais, instalação no MAC Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ. 2001 Projeto Novas Direções, MAMMuseu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. 2000 Exposição individual, Meridian Gallery, São Francisco, CA, EUA. 1999 - Open House Headland Center for the Arts, Sausalito, CA, EUA. Exposição individual, Galeria HUBBUCH, Basiléia, Suíça. Os Amigos da Gravura, Chácara do Céu - Museu Castro Maya, RJ. 1998 Exposição individual, Instituto Cultural Villa Maurina, RJ. Exposição individual, Galeria Cândido Portinari da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 1996 Exposição individual, Galeria Cândido Mendes Ipanema, RJ. 1994 Works completed in Oxford, The Ruskin School of Drawing and Fine Arts, Oxford, Inglaterra. Atelier FINEP, Paço Imperial, RJ. 1993 Exposição individual, Galeria Segno Gráfico, Veneza, Itália. 1991 Exposição individual, Galeria do Centro Internacional da Gráfica de Veneza, Itália. 1990 Gravuras, Sprengel Museum, Hannover, Alemanha. Exposição individual, Galeria Sandman and Haak, Hannover, Alemanha.

Coleções públicas public collections

Biblioteca Nacional de Paris, França / Linacre College, Oxford, Inglaterra / Centro Cultural Cândido Mendes, RJ / Centro Internacional da Gráfica de Veneza, Itália / EAV Parque Lage, RJ / Fundação Álvares Penteado, São Paulo, SP / Fundação Cultural de Curitiba, PR / MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ / Museu Imperial, Petrópolis, RJ / Museu Nacional de Belas Artes, RJ / Museu da Chácara do Céu, RJ / Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP / SESC, RJ / Solar Grandjean de Montigny, PUC, RJ.

 

 

Marcos Chaves

Sobre o artista

Rio de Janeiro, RJ, 1961

Iniciou sua atividade artística na segunda metade dos anos 1980. Trabalhando sobre os parâmetros da apropriação e da intervenção, sua obra é caracterizada pela utilização de diversas mídias, transitando livremente entre a produção de objetos, fotografias, vídeos, desenhos, palavras e sons.

Participou da Manifesta7 - The European Biennial of Contemporary Art, Itália, 25a Bienal Internacional de São Paulo, SP; 1a e 5a Bienais do Mercosul, Porto Alegre, Brasil, 17a Bienal de Cerveira, Portugal, 4a Bienal de Havana, Cuba; 3a Bienal de Lulea, Suécia.

Realizou exposições individuais e coletivas em instituições e galerias como o Mori Art Museum, Tóquio, Japão; Martin-Gropius-Bau, Neuer Berliner Kunstverein (NBK), Ludwig Museum e Zeppelin Artprogram, Alemanha; Vaanta Art Museum, Finlândia; Gallery 3.14, Bergen, Noruega; Galeria S2, Galeria Lehmann Maupin, Nova Iorque, EUA; Fri-Art – Centre d’Art Contemporain de Fribourg, Suíça; Espace Topographie de L’Art, Paris, França; Somerset House, Butcher’s Project, Londres, G39, Cardiff e Northern Gallery, Sunderland, Reino Unido; Iziko South African National Art Gallery, África do Sul; Jim Thompson, Bangkok, Tailândia; Centro per l’Arte Contemporânea Luigi Pecci, Prato e Milão, Itália; Focus Brasil e MAC de Santiago, Chile; Centro de Arte Caja de Burgos, Burgos; IVAM, Valencia; Patio Herreriano de Valladolid; Kiosco Alfonso y del PALEXCO e Galeria Blanca Soto Arte, Espanha; Fundação Calouste Gulbenkian e Galeria Graça Brandão, Lisboa Portugal; MAM, CCBB, MIS e Galeria Nara Roesler, São Paulo; CCBB, MAM-RJ, MAR, MNBA, MAC, Funarte, Galeria Laura Alvim, Galeria Laura Marsiaj, A Gentil Carioca, Progetti, Galeria Nara Roesler, Galeria Artur Fidalgo e Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, Brasil

Marcia Pastore

Sobre o artista

São Paulo, SP, 1964

Marcia Pastore nasceu em São Paulo, em 1964, onde vive e trabalha. Expôs por duas vezes no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro [1993 e 2010] e no Centro Cultural Maria Antônia [2002 e 2010]; uma vez no Museu de Saúde Pública Emílio Ribas [2010], no Centro Cultural São Paulo [2000], no Museu de Arte Contemporânea da USP [1990], na Caixa Cultural, de Fortaleza [2012], na Funarte de São Paulo [2012], na Biblioteca Mario de Andrade [2015] e no MuBE [2017]. Integrou importantes exposições coletivas no Museu de Arte Contemporânea da USP [1992], no Museu de Arte Moderna de São Paulo [1990] e no Palácio das Artes, em Belo Horizonte [1990]. Em 1998 e em 2000, participou da Arco – Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid, e em 2004 da inauguração do Vestfossen Kunst Laboratorium [Oslo, Noruega]. Suas obras estão em coleções como na Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Pinacoteca Municipal de São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea da USP, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto.

Maria-Carmen Perlingeiro

Sobre a artista

Rio de Janeiro, 1952

Maria-Carmen estuda na Escola de Belas Artes da UFRJ, mas forma-se na École Supérieure d’Art Visuel. A escultora também estuda em Nova York e ao visitar o ateliê de Sérgio Camargo descobre as possibilidades escultóricas do mármore. No entanto, a matéria prima de sua escolha é o alabastro da Toscana, que possui uma transparência permeada por manchas e ondas.  

Na década de 90, ganha o prêmio do Banco Darier Hentsch & Cie, em Genebra, concorrendo com 249 artistas de todo o mundo. Suas exposições coletivas e individuais levaram suas obras a países como Brasil, França, Suíça e Itália. Participou da 13ª e 14ª edições da Bienal de São Paulo. 

Marina Saleme

Sobre o artista

São Paulo, 1958

Marina Saleme concluiu a licenciatura em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, em 1982. Nos primeiros anos, a artista trabalhava principalmente com manchas tonais, sem referência à figura humana, utilizando formas compostas por linhas ou grids. No entanto, como afirma a artista: “Meus trabalhos nunca são totalmente abstratos”. Já a partir da metade da década de 1990, sua produção passa a ganhar alusões figurativas a pessoas, chuva, flores, nuvens, muitas vezes indicadas nos próprios títulos. Na década seguinte, sua linha se torna sinuosa e se curva desenhando arabescos que por vezes estão parcialmente encobertos por outras imagens, em outros momentos são evidenciados na camada mais superficial.

Destacam-se as exposições individuais e coletivas no Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2019); Paço Imperial, Rio de Janeiro (2017); Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (2008); Paço das Artes, São Paulo (2003); Centro Universitário Maria Antônia, São Paulo (2001); Centre D’Art Contemporain de Baie-Saint-Paul, Canadá (2004); Palácio das Artes, Belo Horizonte (1996); Embaixada do Brasil na França, Paris (1989); entre outras.

Coleções das quais seus trabalhos fazem parte incluem: Coleção Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; Embaixada do Brasil em Roma; Instituto Cultural Itaú, São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Murilo Salles

Sobre a artista

Aos 15 anos venceu seu primeiro concurso e foi publicado no Jornal do Brasil. Aos 21 anos realizou seu primeiro longa-metragem, “Tati la Garota”. Em 1976 passou 4 anos em Paris para estar com amigos, e em 1997 juntou-se à militância em Moçambique, com o objectivo de formar novos fotógrafos. Nesse período desenvolve o trabalho que publicará em seu livro, lançado em 2019, seguido de exposição na galeria Mul.ti.plo Espacio de Arte no Rio de Janeiro e na Carbono Galeria em São Paulo. Ao retornar ao Brasil em 1980, realizou 5 longas-metragens, todos premiados. Em Moçambique dirigiu “Essas São as Armas”, premiado com a Pomba de Prata no Festival de Leipzig, 1979. Em 2001 realizou “Seja o que Deus quiser! “Vencedor do Festival do Rio.

Nelson Leirner

Sobre o artista

São Paulo, SP, 1932

Reside nos Estados Unidos, entre 1947 e 1952, onde estuda engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, em Massachusetts, mas não conclui o curso. De volta ao Brasil, estuda pintura com Joan Ponç em 1956. Freqüenta por curto período o Atelier-Abstração, de Flexor, em 1958. Em 1966, funda o Grupo Rex, com Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo, José Resende e Frederico Nasser. Em 1967, realiza a Exposição-Não-Exposição, happening de encerramento das atividades do grupo, em que oferece obras de sua autoria gratuitamente ao público. No mesmo ano, envia ao 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um porco empalhado e questiona publicamente, pelo Jornal da Tarde, os critérios que levam o júri a aceitar a obra. Realiza seus primeiros múltiplos, com lona e zíper sobre chassi. É também um dos pioneiros no uso do outdoor como suporte. Por motivos políticos, fecha sua sala especial na 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969, e recusa convite para outra, em 1971. Nos anos 1970, cria grandes alegorias da situação política contemporânea em séries de desenhos e gravuras. Em 1974, expõe a série A Rebelião dos Animais, com trabalhos que criticam duramente o regime militar, pela qual recebe da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) o prêmio melhor proposta do ano. Em 1975 a APCA encomenda-lhe um trabalho para entregar aos premiados, mas a Associação recusa-o por ser feito em xerox, por isso, como protesto, os artistas não comparecem ao evento. De 1977 a 1997, leciona na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde tem grande relevância na formação de várias gerações de artistas. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1997, e coordena o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, até o ano seguinte.

Nuno Ramos

Sobre o artista

São Paulo, SP, 1960
Escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta, videomaker.

Nuno Álvares Pessoa de Almeida Ramos cursou filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, de 1978 a 1982. Trabalha como editor das revistas Almanaque 80 e Kataloki, entre 1980 e 1981. Começa a pintar em 1983, quando funda o ateliê Casa 7, com Paulo Monteiro (1961), Rodrigo Andrade (1962), Carlito Carvalhosa (1961) e Fábio Miguez (1962). Realiza os primeiros trabalhos tridimensionais em 1986. No ano seguinte, recebe do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP a 1ª Bolsa Émile Eddé de Artes Plásticas. Em 1992, em Porto Alegre, expõe pela primeira vez a instalação 111, que se refere ao massacre dos presos na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) ocorrido naquele ano. Publica, em 1993, o livro em prosa Cujo e, em 1995, o livro-objeto Balada. Vence, em 2000, o concurso realizado em Buenos Aires para a construção de um monumento em memória aos desaparecidos durante a ditadura militar naquele país. Em 2002, publica o livro de contos O Pão do Corvo. Para compor suas obras, o artista emprega diferentes suportes e materiais, e trabalha com gravura, pintura, fotografia, instalação, poesia e vídeo.

Nuno Sousa Vieira

Sobre o artista

Leiria, Portugal, 1971

Nuno Sousa Vieira nasceu em Leiria, atualmente, vive e trabalha entre Lisboa e Leiria. Frequentou o Mestrado em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, escola onde agora é Doutorando. Das mais recentes exposições individuais contam-se: “Double / Double”, SE8 Gallery, Londres, no Reino Unido;

“Instruções para pensarmos juntos”, Consulado de Portugal em São Paulo, São Paulo, Brasil; “1:1 – 21 Artistas Contemporáneos Portugueses / Una reflexión sobre la escala en la arquitectura y la obra de arte”, Tabacalera. La Principal, Madrid, Espanha; “Nasci num dia curto de inverno”, Fundação Portuguesas das Comunicações, Lisboa, Portugal; “As medidas do seu espaço e os acontecimentos do meu passado”, Q22 – Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; “Sin piedras no hay arco”, Galeria Espacio Olvera, Sevilha, Espanha; “Utopia”, Consulado de Portugal em Sevilha, Espanha; “From darkness to light”, Galeria Graça Bradão, Lisboa;
“The volume of the visible”, Gallerie Emmanuel Hervè, Paris; Em 2010/2011, realizou três importantes exposições individuais: “Somos nós que mudamos quando tomamos efetivamente conhecimento do outro”, no Pavilhão Branco do Museu da Cidade, em Lisboa, “Don’t underestimate the impact of the workplace”, na Newlyn Art Gallery and The Exchange, no Reino Unido e “Haben Gegenstände ein Gedächtnis?”, na Hans Mayer Gallery, Alemanha. Apresentou também um projecto individual na ARCO, Madrid, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. Outras importantes exposições individuais são “Ouvi dizer que o lugar mais escuro é sempre debaixo da luz” Kunsthalle São Paulo, São Paulo, Brasil, 2014, “Wall Stop for This”, Appleton Square, Lisboa, 2012; “Terça-feira a Sábado – 11h às 20h”, Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2010; “Chão Morto”, Carpe Diem, Lisboa, 2009; “To Draw an Escape Plan”, Galeria Graça Brandão, Lisbon, 2009 e “Redesenhar”, Empty Cube, Lisbon, 2008. O seu trabalho está representado em diversas colecções: PINTA – Latin America, CAV (Centro de Artes Visuais), Colecção Teixeira de Freitas, Colecção PLMJ, Colecção António Cachola, Câmara Municipal de Leiria, Colecção Paulo Pimenta, Colecção José Lima, Colecção António Albertino.

 

 

O Real Resiste

Sobre o projeto

O REAL

é o mote para o ato de resistência.

Uma iniciativa surge da urgência de romper com a atual censura e sucateamento da arte: ocupar poeticamente os vazios urbanos consequentes do período pandêmico. O vigente projeto de poder não só trata as pessoas de maneira estatística, como vai além: nega os próprios números. Para enfrentar tamanho descaso, esta intervenção reúne 33 artistas com o intuito de construir uma ação pluriperspectivística, pois confiamos em uma força coletiva, inclusiva, diversa e atenta.

Não se trata de, preguiçosamente, difundir mais de 150 cartazes pelas ruas em busca do espetáculo, mas de promover um gesto reflexivo acerca da cidade do Rio de Janeiro. Acreditamos que este seja um ato urgente e visceral para quem acredita no valor da arte como aliada crítica, (cri)ativa e permanente da vida. Essa construção nasce da possibilidade de, juntos, veicularmos a pluralidade de linguagens, vivências e conflitos de modo que esses dizeres possam reverberar pelas esquinas, cantos, corredores e cruzamentos da urbe.

Cada lambe-lambe é uma espécie de lampejo capaz de mostrar o que estava sendo velado. Seu caráter efêmero denuncia a temporalidade presente nos muros, pois o que antes foi colado, pixado, desenhado, fixado e pintado, deixa rastros, transforma o espaço e atravessa os demais agentes. A sobreposição de camadas revela as coexistências e desmoraliza visões binarias da realidade, porquanto cria um emaranhado de complexidades.

A obra de Carlito Carvalhosa reafirma a ideia de palimpsesto, criando vazios e se permitindo ser afetada pelas preexistências. Os trabalhos de Arnaldo Antunes e Marcos Chaves levam a potência clandestina da ação até as últimas consequências, dado que revelam o óbvio e, por isso mesmo, deixam marcas no mundo da pós-verdade. Tais criações, assim como as de Carlos Vergara e Clarice Rosadas, também discutem sobre o limiar latente entre a vida e a morte. Diante dessa inquietação, Tom Valentim, Saulo Nicolai, Josiane Santana, Carolina Kasting, Criola, Maria Flexa, Joyce Piñeiro e Elana Paulino trazem questões ligadas ao lugar de fala e aos corpos considerados “outros” em nossa sociedade. Elana também aponta na direção do que Walter Carvalho, Marina Wisnik e Omar Brito carregam como crítica aos mecanismos de uma cidade estilhaçada e dotada de uma sistêmica irresponsabilidade social. Já Antonio Bokel, Elvis Almeida e Mateu Velasco tratam, de maneira provocativa, da informalidade do cotidiano urbano. A constante repressão aos fazeres artísticos e o descaso dos governos com as instituições é levantado mais diretamente por Pedro Sánchez, João Sánchez e Chelpa Ferro. No sentido vertiginoso da realidade, Raul Mourão, Cabelo e Marcelo Macedo miram no Estado atual. A partir desse lugar, Catarina Lins e Gabriela Marcondes convocam o público a refletir e a agir diante do absurdo. De maneira esperançada, mas não ingênua, Rafael Gomes, Leo Gandelman e Ana Calzavara falam do porvir.

Ailton Krenak nos ensina que, para alguns povos indígenas, o futuro está atrás (por se tratar de um nevoeiro de incessantes incógnitas), enquanto o passado está a frente (porque o conhecemos e reconhecemos). Isso torna explicito que a tentativa de unir esforços para construir um outro amanhã se faz indispensável e constante. Mesmo quando o último vestígio dos cartazes tiver sumido, eles estarão presentes no imaginário urbano, pois como diria Saramago, são uma “porta que se abre para deixar entrar o que ainda não sucedeu”.

As criações artísticas são embriões de futuro; o amanhã

RESISTE

Paulo Monteiro

Sobre o artista

São Paulo, 1961

Paulo Monteiro é escultor, pintor, desenhista, gravador. Formado na Escola de Belas Artes, na década de 1980, também foi aluno de Sérgio Fingermann. Na mesma época, criou o grupo Casa 7, com Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez, Nuno Ramos e Rodrigo Andrade. Paulo Monteiro também ilustrou os livros Camões e os Lusíadas; e Livros de Portugal, de Beatriz Berrini, além da capa do disco Vivendo e Não Aprendendo, do Grupo Ira. Já expôs seus trabalhos no Centro Universitário Maria Antônia, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Funarte do Rio de Janeiro, no SESC São Paulo, nas mostra “30 × Bienal - Transformações na arte brasileira da 1ª à 30ª edição”, 5ª Bienal de Cuenca, 18ª e 22ª Bienal Internacional de São Paulo, 2ª Bienal de Cuba, entre outras. 

Pedro Sánchez

Sobre o artista

Artista visual, pesquisador e professor, mestre em História da Arte pelo programa de pós-graduação em História Social da Cultura, da PUC-Rio. Doutor em Design por esta mesma instituição, desenvolveu a pesquisa, Gráfica de rua: estratégias e táticas na cultura visual de rua do Rio de Janeiro. É Professor Associado e coordenador do curso de Artes Visuais - Gravura da Escola de Belas Artes da UFRJ. Trabalhando com gravura e meios alternativos de reprodução gráfica, pesquisa  o uso destes procedimentos e a apropriação do espaço urbano como estratégias de inserção e construção de um meio independente de circulação de imagens e objetos culturais. Desde 2013 produz a publicação,  Cabuloza Wild Life, editada em xilogravura. 

Regina Giménez

Sobre o artista

Regina Giménez (Barcelona, 1966), explora uma iconografia baseada no desenho gráfico e nas técnicas de marketing de um mundo pós-industrial. As pinturas de Regina Giménez evocam o desenho gráfico e industrial da Alemanha e da Rússia a partir dos anos entre as guerras, usando elementos do estilo internacional para criar composições abstratas que são quase como paisagens. Com "backgruounds" cobertos de ricas texturas e pinceladas gestuais, os elementos principais são colagens aplicadas à tela pictórica e emotiva, dando às composições seu alívio característico. São cenas urbanas, quase utópicas, que representam um mundo mais inocente, onde o poder do consumismo e da industrialização é visto com olhos benevolentes. O trabalho, no entanto, não recai sobre uma nostalgia pós-moderna, mas, em vez disso, convoca o espectador a entrar no espaço arquitetônico que é criado pelas amplas camadas de cor e a densa textura que informa o trabalho, ao mesmo tempo que nos obriga a refletir sobre a poderosa ironia que inspira essas pinturas. Regina Giménez tem uma ampla representação, com exposições em galerias de Barcelona, adri, França e Bélgica. Ela é vencedora de vários prêmios de prestígio e, desde 1997, exibiu anualmente na Feira Internacional de Arte de Madrid, ARCO.

Renata Tassinari

Sobre a artista

São Paulo, SP, 1958

Formou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP, em 1980. Paralelamente, estuda desenho e pintura no ateliê dos artistas Carlos Alberto Fajardo e Dudi Maia Rosa. Nos anos 80, realiza estampas com motivos indígenas para a Arte Nativa Aplicada - ANA.

Nos últimos anos a pintura de Renata Tassinari se transformou em um campo fértil de pesquisas e inovações. O quadro deixou de ser um elemento neutro e passou a fazer parte da estrutura da obra. A artista pinta sobre uma superfície de acrílico, que numa abordagem mais tradicional, seria parte do enquadramento de uma obra. Ao mesmo tempo, deixa a moldura de certas seções da obra cobrir apenas um papel em branco. Onde deveria haver a transparência do acrílico protetor de uma folha de desenho, passa a haver pintura e, inversamente, onde a folha de papel se deixa ver, há apenas o branco do papel que assim se transforma em cor.

De início, os procedimentos acima se desdobravam em séries que alternavam as cores acrescentadas sobre o acrílico e o branco emoldurado das folhas de desenho. Com o tempo, ela passa a tratar partes do quadro como coisas, também outras coisas poderiam ser elementos das obras. Madeiras de diferentes colorações e ranhuras, e a inversão do avesso de uma moldura de acrílico, têm sido a prática mais recorrente.

A cor sempre foi um elemento fundamental na obra da artista. Colocar cores num quadro e pelo quadro habitar o mundo com cores, essa é uma breve descrição do ela sempre buscou. Entre o mundo e o quadro - ao tratar partes da obra também como coisas do mundo, como coisas palpáveis - agora surgem relações mais próximas, e percebemos um trinômio obra/cor/mundo sempre se insinuando em seu trabalho.

Roberto Magalhães

Sobre o artista

Rio de Janeiro, RJ, 1940

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Ainda criança, contribui com ilustrações para o jornal da Ilha do Governador, bairro em que nasceu. A partir de 1954, frequenta o Colégio São Bento, em cujo jornal semanal publica caricaturas de alunos e professores, demonstrando visão crítica e irônica do ambiente à sua volta. Abandona os estudos em 1960 para dedicar-se exclusivamente ao desenho. Profissionalmente e com grande precisão, desenha à mão rótulos de garrafas, pequenas propagandas, capas de discos, livros, logomarcas e anúncios. Paralelamente, sem compromisso comercial, desenvolve desenhos a nanquim de temática fantástica. Avaliados pelo diretório da Escola Nacional de Belas Artes, tais desenhos são expostos na Galeria Macunaíma, proporcionando pela primeira vez o contato do artista com o público e com as galerias comerciais. Roberto Magalhães surgiu na cena artística brasileira no início da década de 1960. É um dos principais integrantes do grupo de jovens pintores que realizam, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Opinião 65”, iniciativa revolucionária por trazer uma nova linguagem visual para as artes plásticas no Brasil. Ganha, em 1966, o cobiçado prêmio de viagem ao exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Fixa residência em Paris entre 1967 e 1969, desfrutando do prêmio recebido na IV Bienal de Paris. Participa de exposições no exterior. Depois de oito anos sem expor ― suas inquietações e questionamentos o tinham levado ao misticismo ―, em 1975, Magalhães recomeça sua vida artística, expondo e lecionando no Museu de Arte Moderna.

Em variadas técnicas, Roberto Magalhães constrói uma longa trajetória, destacando-se como uma das referências nas artes plásticas no Brasil e consolidando-se no circuito internacional, incluindo passagens pela IV Bienal Internacional de Gravura (Tóquio, 1964), “Brazilian Art Today”/Royal Academy (Londres, 1964), “Opinião 65”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1965), VII Bienal de São Paulo (1965), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1966), “Modernidade ― Arte Brasileira do Século XX”/Museu de Arte Moderna (Paris, 1987), Embaixada do Brasil (Londres, 1988), “Exposição Retrospectiva ― 30 anos”/Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 1992), “Xilografia/Xilogravura”/Museu de Las Artes (Guadalajara, Mexico, 1995), “Retrospectiva”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1996), “Roberto Magalhães ― Pinturas, Dibujos y Grabados”/Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber (Caracas, Venezuela, 1998), Instituto de Cultura Brasil-Colômbia (Bogotá, Colômbia, 2000), “Desenhos”/Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro, 2001), “Otrebor ― A Outra Margem/Caixa Cultural (Rio de Janeiro e Brasília, 2008), “Preto/Branco 1963-1966 ― Xilogravuras e Desenhos”/Parque Lage (Rio de Janeiro, 2011), “Roberto Magalhães ― Pinturas e Desenhos”/Art Museum of Beijing Fine Art (China, 2011).

 

Rodrigo Andrade

Sobre a artista

São Paulo, SP, 1962

Pintor, gravador, artista gráfico. Inicia sua formação em gravura no ateliê de Sérgio Fingermann em São Paulo, em 1977, e no ano seguinte frequenta o Studio of Graphics Arts, em Glasgow, Escócia. Estuda desenho com Carlos Fajardo em 1981, e participa de cursos de gravura e pintura na Ecole Nationale Supérieure dês Beaux-Arts[Escola Nacional Superior de Belas Artes] de Paris, entre 1981 e 1982. De volta ao Brasil, integra, entre 1982 e 1985, o grupo Casa 7. Em 1984, participa do 2° Salão Paulista de Arte Contemporânea, em que ganha o prêmio revelação, e, em 1985, da 18ª Bienal Internacional de São Paulo e do 8° Salão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro, no qual recebe o prêmio aquisição. Faz sua primeira individual em 1986, no Subdistrito Comercial de Arte, em São Paulo. Desde 1987, atua como artista gráfico de revistas e livros e produz, entre 1991 e 1998, capas para a revista Veja. Recebe, em 1991, o prêmio Brasília de Artes Plásticas, do Museu de Arte de Brasília - MAB. Nesse ano, participa como professor do projeto A Produção Refletida, da Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. A partir de 2001, ministra curso sobre arte contemporânea no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP.

Ross Bleckner

Sobre o artista

Nova York, Estados Unidos (1949)

Ross Bleckner nasceu em Nova York e cresceu em Hewlett, NY, um subúrbio de Long Island. Em 1971, obteve o Bacharelado em Humanidades na Universidade de Nova York; em 1973, obteve o mestrado em Belas Artes na Cal Arts e, posteriormente, lecionou em várias universidades, entre as mais prestigiadas do país. Em 1995, o Museu Solomon R. Guggenheim oferece uma importante retrospectiva de seu trabalho, reunindo duas décadas de exposições pessoais realizadas em grandes centros internacionais de arte, como o MoMA em São Francisco, o Museu de Arte Contemporânea, o Museu Moderno de Estocolmo e o Carnegie Museum of Art. As obras de Bleckner também estão presentes em coleções públicas famosas em todo o mundo, incluindo MoMA, MoCA, Astrup Fearnley, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia e Museu Whitney de Arte Americana. Bleckner não apenas exerceu uma impacto profundo no universo artístico de Nova York, mas também assumiu um forte compromisso filantrópico, ajudando muitas organizações sociais a realizar seu importante trabalho. Por dez anos, Bleckner foi presidente da Iniciativa Comunitária de Pesquisa da Aids da América (ACRIA), uma OCB sem fins lucrativos para a pesquisa em AIDS e a educação para a educação em doenças. Recentemente, ele trabalhou com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no norte de Uganda para reabilitar e arrecadar fundos para ex-crianças-soldados. Em 2009, Ross Bleckner foi nomeado Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas. Ele mora em Nova York.

Sandra Antunes Ramos

Costuremos!

Alberto Tassinari

A nova série de desenhos de Sandra Antunes Ramos utiliza, basicamente, três elementos: 1. um ou dois retângulos em que a cor não é uniforme, mas sujeita a variações de luz, sendo que essa luz pode vir, também, da luz exterior refletida pelo metálico da cor; às vezes, estes retângulos carregam também alguma memória – vagas nuvens, paisagens; 2. a costura de um fio dourado numa grelha de pequenos quadrados que lembra uma cartela de batalha-naval; 3. linhas douradas, também costuradas, que saem da trama quadriculada e entram pelo espaço abstrato, desenhando figuras humanas apenas insinuadas.

A trama quadriculada parece um comentário das abstrações retangulares e dos traços fisionômicos, ou, melhor dito, uma escrita. Estes hieróglifos, que não sabemos de onde vêm, nem o que representam, podem ser vistos como marcações que contam uma coisa depois da outra: uma escrita numérica.

A escrita fonética - que corresponde a sons, diferente portanto daquela em que traços estilizados correspondem a objetos - é uma conquista ocidental que alcançou seu acabamento com os gregos, entre o período homérico e o clássico.

Escrita fonética que em nada se assemelha com a escrita destes desenhos de Sandra Antunes Ramos. No entanto, embora ininteligível, algo como uma escrita se mostra aqui – a ponto de que não seria difícil encontrar, em culturas não-ocidentais, padrões decorativos ou descritivos semelhantes aos destes desenhos.

Foi com a escrita fonética que as artes visuais tomaram para si o domínio das imagens. Não haveria o instante exato em que uma jovem mexe nos fios de sua sandália numa escultura grega (Gombrich) se a imagem não tivesse se tornado totalmente independente da escrita, oferecendo à pintura e à escultura um potencial novo, nunca visto em outra cultura além da ocidental (Leroi-Gourhan).

É assim que os traços entre abstratos e figurativos que surgem das tramas de quadradinhos nos desenhos de Sandra Antunes Ramos assinalam este potencial da imagem autônoma nascendo de uma escrita ainda não fonética – como escrita que parece ser, traços em contraponto ao resto do trabalho. E traços que apontam outras coisas: partes do corpo humano que, ainda se mais abstratas, são também pela mão costuradas.

A oposição entre escrita e figura é coisa grega, coisa nossa, e nestes desenhos também se instaura. Mas não só. Os retângulos abstratos o que dizem? Frutos modernos, nada dizem ou, se dizem, dizem apenas o que dão a ver.

É intrigante essa mistura de uma possível escrita arcaica com o naturalismo visual e com a visualidade moderna. Mistura em tudo contemporânea. Pois o contemporâneo é o moderno depurado, sem predomínios naturalistas ou ópticos, abstratos que sejam. Ou, como estes desenhos mostram, se o naturalismo e a abstração óptica ainda existem, existem apenas como resquício numa estrutura mais complexa.

Tudo costurado - o arcaico, o naturalismo, a modernidade -, juntos inquietam. Dizem no fim das contas muito do que somos hoje. O Ocidente produziu o naturalismo, mas também seu oposto: o contemporâneo. No contemporâneo cabem as diferenças, quaisquer que sejam, ou estes desenhos seriam impossíveis. Impossível a arte.

Mas o contemporâneo nos últimos anos patina por todos os lados. Parece desejar, contra si, o que não há mais: identidades rígidas, se possível A GRANDE IDENTIDADE MASCULINA BRANCA, que foi no entanto ultrapassada em meio à proliferação das diferenças. Sem as quais não há identidades. Nem mesmo a grande identidade acima que, em última instância, quer retornar pela força bruta contra os diferentes, contra a vida do outro, no famoso grito falangista: Viva la muerte.

Ninguém aguentaria tantas diferenças, e entrelaçadas? Essa parece ser a aposta do que é retrógrado mundo afora nos dias que correm. Sobretudo entre nós, pois somos tão ocidentais quanto a mais ocidental das nações, vizinhos no entanto deste outro irredutível a nós, que a nosso lado habita aldeias.

O que dizem esses hieróglifos de Sandra Antunes Ramos? O arcaico? Mas o arcaico está aqui, hoje mesmo, contemporâneo a nós, em nossos povos de origem. Nossos, não. Deles. Arcaicos? Arcaicos para nós.

Mas como lidar com diferenças na saturação atual de identidades que delas provêm, mas que com elas, as diferenças, não dialogam? E o que fazer em tempos onde uma delas, que já foi hegemônica, quer voltar a dominar todas as outras?

Costurando diferenças no mais frágil e mais íntimo? Costurando desenhos intrigantes como as monotipias de Mira Schendel em 1964 (a data não pode ser uma coincidência) sobre a mesa de sua cozinha?

No mais solitário ato estético, como um sismógrafo da sociedade, brotam sinais livres em tempos autoritários. O que fomos, o que somos e o que não somos, todos teriam aqui seu lugar. E têm. Nestes desenhos, têm. Ainda que uma grande massa, em público, deseje a morte das diferenças em convívio; embora deseje apenas o EU, MONOLÓGICO EU, e mal saiba então porque vai ao espaço público, às ruas, o ato de costurar os inclui, como aos demais.

Costuremos!

Tatiana Grinberg

Sobre a artista

Rio de Janeiro, 1967

Escultora, gravadora, desenhista. Inicia estudos em arte nos ateliês de gravura da Pontifícia Universidade Católica, entre 1980 e 1983, do Museu de Arte Moderna, entre 1983 e 1986, e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, entre 1987 e 1989, no Rio de Janeiro. Gradua-se em comunicação visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1991. Conclui pós-graduação em artes plásticas no Goldsmiths' College da University of London, patrocinada por bolsa de estudos do Conselho Britânico, em 1995. Em 1999, é contemplada com a Bolsa de Cultura Virtuose do Ministério da Cultura e integra o International Studio Programme da Künstlerhaus Bethanien em Berlim, Alemanha. Recebe, em 1998, o Prêmio Brasília de Artes Visuais.

Teresa Salgado

Sobre a artista

Teresa Salgado formou-se em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em 1979. Tendo começado sua atividade profissional como arte-educadora, realizou cursos de especialização na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), como o de Processos Criativos, com Charles Watson em 2010, o de Conceitos de História da Arte, com Paulo Sérgio Duarte em 2003, e Filosofia na Arte, com Reynaldo Roels Júnior em 2002. Também na EAV fez curso de 3D, com Iole de Freitas entre 1998 e 2001; e o Módulo I, em 2000, com Luís Ernesto, Fernando Cocchiarale e Ricardo Becker. Estudou materiais em pintura com Katie van Scherpenberg em 2002 e acompanhamento de projetos com Nelson Leirner em 2000.

Freqüentou o Plano de Atividades Criativas no Projeto PUC-Funarte em 1978; o Curso de Arte e Educação na Divulgação e Pesquisa Sociedade Cultural em 1976; o Curso de Artes Plásticas no Centro de Arte Contemporânea em 1975. Participou de cursos livres com Hélio Rodrigues em 1979/80, e com João Vicente Salgueiro em 1973. A artista exerceu a atividade de professora de pintura e artes plásticas entre os anos de 1977 e 2007 e realizou sua primeira exposição individual em Abril de 2005, no Centro Cultural Cândido Mendes de Ipanema. No mesmo ano participou da exposição “Novíssimos” no IBEU de Copacabana e foi mapeada pelo Rumos Itaú Cultural. Em 2007 apresentou trabalhos em coletivas no SESC de Nova Iguaçu, no espaço CEDIM e na exposição “Auto-retratos do Brasil”, no Paço Imperial. Em 2009 expôs duas séries fotográficas na galeria de arte do evento Casa Cor. Expôs a série Memória Presente em março de 2011, na Galeria de Arte Maria de Lourdes Mendes de Almeida, CCCM.

Thiago Rocha Pitta

Sobre o artista

Minas Gerais, 1980

A prática diversificada de Thiago Rocha Pitta está conectada a uma fascinação profunda com as sutis transformações do seu entorno - a lenta erosão e alteração da areia do deserto, a descida de uma camada densa de neblina e as flutuações de formações subaquáticas. Suas instalações, vídeos e pinturas têm capturado a vibração de um planeta vivo por meio do treinamento do olhar do observador acerca das lentas transformações materiais, das progressões físicas de minúsculas partículas de um território e das alterações repentinas do tempo. Foi vencedor dos prêmios Marcantonio Vilaça, Brasil (2005), e Open Your Mind Award, Suíça (2009). Em 2011 foi um dos finalistas do prêmio EFG Bank & ArtNexus Acquisition Award Nomination. Em 2014 participou do programa de residência artística Circulating AiR, organizado pela Stiftelsen 3,14, Noruega. O artista apresentou mostras individuais no Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG (2002); Arts Initiative Tokyo, Tóquio, Japão (2008); Meyer Riegger, Karlsruhe, Alemanha (2009); Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ (2010); Projeto Solo na ARCOmadrid, Espanha (2011); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ (2011); Andersen’s Contemporary, Copenhague, Dinamarca (2012); Igreja Santa Maria Incoronata e Gluck 50 Gallery, Milão, Itália (2013); Galeria Millan, São Paulo, Brasil (2005, 2008, 2011, 2014 e 2018); e Marianne Boesky Gallery, Nova York, EUA (2017), e Aspen, EUA (2019), entre outras. Exposições coletivas importantes incluem: J’en Rêve na Fondation Cartier pour L’art Contemporain, Paris, França (2005); A Time Frame, PS1-MoMa, Nova York, EUA (2006); Nova Arte Nova, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ (2008); The Travelling Show, Galería Fundación/Colección Jumex, Cidade do México, México (2009); e 30ª Bienal de São Paulo, SP, e The Garden of Forking Paths Sculpture Project, Migros Museum Für Gegenwartskunst, Zurique, Suíça (2012). Também participou da 5ª e 9ª edições da Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS (2005 e 2013). Suas obras integram as seguintes coleções públicas: MoMA PS1, Nova York, EUA; Maison Européene de la Photographie, Paris, França; Hara Museum, Tóquio, Japão; Patricia Pelphs de Cisneros, Nova York, EUA; Colección Jumex, Cidade do México, México; Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; e MoCP - Museum of Contemporary Photography, Chicago, EUA, entre outras.

Tunga

Sobre o artista

Palmares, Pernambuco, 1952

“Eu nasci em Palmares, Pernambuco, ao mesmo tempo em que nasci no Rio de Janeiro, no mesmo dia e hora. Esse fato de nascer em dois lugares simultaneamente já cria um problema de representação. Um lugar representa outro e o outro representa um. Por isso, a idéia de representação sempre esteve muito presente na minha vida. E a idéia de representação é muito clara dentro do mundo da arte, porque uma das questões de ser artista é representar.”

Escultor, desenhista, artista performático. Muda-se para o Rio de Janeiro onde, em 1974, conclui o curso de arquitetura e urbanismo na Universidade Santa Úrsula. É colaborador da revista Malasartes e do jornal A Parte do Fogo. Na década de 1980, realiza conferências no Instituto de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula e na Universidade Candido Mendes. Recebe o Prêmio Governo do Estado por exposição realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1986. No ano seguinte, realiza o vídeo Nervo de Prata, feito em parceria com Arthur Omar (1948). Em 1990, recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e, em 1991, o Prêmio Mário Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) pela obra Preliminares do Palíndromo Incesto. Para realizar seu trabalho, investiga áreas do conhecimento como literatura, filosofia, psicanálise, teatro, além de disciplinas das ciências exatas e biológicas.

Walter Carvalho

Sobre o artista

João Pessoa, Paraíba, 1947

Formou-se como designer gráfico pela ESDI em 1973 e desde 1972 desenvolve seu trabalho como fotógrafo, tendo participado de diversas exposições individuais no Brasil e no México, por meio de instituições como o Centro Cultural Banco do Brasil RJ, o Instituto Moreira Salles RJ, SP e BH, MAM –RJ, MIS-SP, Paço imperial RJ e Casa Escorza- México entre outros. Algumas de suas obras estão presentes nas coleções do MASP-PIRELLE, FNAC, MAM-SP, MAR-RJ, IMS, Maison Européenne de la photographie-Paris.

Waltercio Caldas

Sobre o artista

Rio de Janeiro, RJ, 1946

Escultor, desenhista, artista gráfico, cenógrafo. Estuda pintura com Ivan Serpa (1923-1973), em 1964, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Entre 1969 e 1975, realiza desenhos, objetos e fotografias de caráter conceitual. Na década de 1970, leciona no Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro; é co-editor da revista Malasartes; integra a comissão de Planejamento Cultural do MAM/RJ; participa da publicação A Parte do Fogo e publica com Carlos Zilio (1944), Ronaldo Brito (1949) e José Resende (1945) o artigo O Boom, o Pós-Boom, o Dis-Boom, no jornal Opinião. Em 1979, sua produção é analisada no livro Aparelhos, com ensaio de Ronaldo Brito, e, em 1982, no Manual da Ciência Popular, publicado na série Arte Brasileira Contemporânea, pela Funarte. Em 1986, o vídeo Apaga-te Sésamo, de Miguel Rio Branco (1946), enfoca a sua produção. Recebe, em 1993, o Prêmio Mário Pedrosa, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), por mostra individual realizada no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro. Em 1996, lança a obra O Livro Velázquez e realiza a mostra individual Anotações 1969/1996, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, apresentando pela primeira vez seus cadernos de estudos.

Victor Arruda

Sobre o artista

Cuiabá, MT, 1947

Professor, desenhista, gravador e pintor.

Como membro organizador do grupo Tato e Contato, é responsável pela instalação do primeiro ateliê de Arte Livre destinado a crianças, na Funabem, Rio de Janeiro, em 1977. Em 1982, torna-se organizador do setor infantil na mostra A Margem da Vida e atua como professor de artes plásticas no Instituto Penal Lemos de Brito. A convite de Oscar Niemeyer (1907 - 2012), pinta o painel do foyer do teatro do Memorial da América Latina, São Paulo, em 1989.