Amalia Giacomini
Sobre o artista
São Paulo, 1974
Formada em Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) e mestre pela UFRJ, Amalia Giacomini começa a expor em 2002, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Tão logo conclui a graduação em Arquitetura, a artista paulistana inicia sua pesquisa em artes visuais, tendo como foco questões como a representação do espaço. Muitas vezes, seu trabalho parte da arquitetura ou do espaço expositivo, como em obras da exposição individual Viés, no Paço Imperial (2016), em que a artista usa linhas, correntes ou telas anti-chamas para alterar a percepção espacial do espectador.
Sobre tal mostra, o curador Felipe Scovino escreve: “Em diálogo com o minimalismo e o pós-minimalismo, em especial com a obra de Fred Sandback, é especialmente inventivo o fato de como a linha fabrica fronteiras, caminhos, percalços, desvios, rumos, em torno de uma tridimensionalidade tátil. As ideias de não-arquitetura e não-paisagem são retomadas também pelo fato de como o entorno, e não apenas o objeto per si, é parte da obra e definitivamente trazido para ‘dentro’ do espaço expositivo”.
A percepção também é provocada em objetos de parede, como os Estudos da série Memória da Casa. Neles, a artista se vale outra vez das telas anti-chamas para criar volumes virtuais, recortando e sobrepondo o material em camadas. “Corpo, movimento, arquitetura, física, luz e uma construção virtual do espaço são campos de interesse da artista. Em suas obras, nunca o espaço é percebido como um todo pois ele está sempre em mudança. Duvidamos sobre o que está diante de nós porque sejam telas intercaladas com o espaço, a paisagem ou o próprio vazio, sejam correntes que se colocam como desenhos no espaço criando topografias ou lugares variáveis, o material e as formas criadas por Amalia sempre sugerem um ato contínuo em que olho e imaginação são constantemente solicitados e cruzados”, conclui Scovino no texto da exposição Viés.
Amalia já expôs seu trabalho em diversas instituições do país, como Instituto Tomie Othake (SP), Itau Cultural (SP), Museu da Casa Brasileira (SP), Paço Imperial (RJ), Centro Cultural São Paulo, Centro Universitário Maria Antonia da USP, Galerias da FUNARTE (RJ e DF), Centro Cultural Sérgio Porto (RJ), Museu de Arte Contemporânea do Paraná (Curitiba) e MAC de Niterói (RJ).
Fora do Brasil apresentou em 2009 a exposição Liberér l’horizon reinventér l’espace, na galeria da Cité des Arts em Paris. Em 2012 realizou a exposição individual The Invisible Apparent na Galeria Nacional de Praga. A artista vive e trabalha no Rio de Janeiro.